Importado da França, DS3 vai concorrer com o Audi A1 e Mini Cooper. Citroën reavalia chegada do DS4 e do DS5 por causa da alta do imposto.
Uma loja que não vende carro, um modelo para concorrer com Audi A1 e Mini Cooper e a meta de 3% de participação no mercado brasileiro em 2011. Assim começa o ano para a Citroën, sob a administração do novo diretor geral da marca francesa no Brasil, o italiano Francesco Abbruzzesi. Ele será o responsável pela estreia da linha de luxo DS no país, que chega no segundo bimestre deste ano com o lançamento do modelo DS3.
O carro, importado da França, ainda passa por ajustes de motor e suspensão para se adaptar às condições brasileiras. Mas terá o mesmo apelo que na Europa, visando clientes que pagam pelo diferencial de um modelo e sua capacidade de personalização — na linha DS, o consumidor pode escolher cores, combinações de acabamento etc. “O DS3 vai reforçar ainda mais o posicionamento da marca. Isso agrega valor à imagem da Citroën e, se tudo correr bem, o resultado será o aumento das vendas”, diz Abbruzzesi.
A Citroën não divulga preços, mas o modelo deverá ficar na faixa de R$ 80 mil e R$ 100 mil, se levar em consideração os valores de seus principais concorrentes, de acordo com o diretor de marketing para a PSA América Latina, Fabrício Biondo.
DS3 será lançado no segundo bimestre deste ano (Foto: Divulgação)
A pré-estreia do modelo acontece no espaço VIP da São Paulo Fashion Week até o dia 24 de janeiro no prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera, na capital paulista. Para a marca, o DS3 é um produto com forte personalidade, “que representa toda a criatividade e ousadia da marca”, por isso, o evento de moda foi escolhido como palco da primeira aparição ao público brasileiro.
A barreira do IPI
A linha DS não para no DS3, há ainda os modelos DS4 e DS5 — além dos prometidos sedã e SUV para um futuro próximo. No entanto, a ampliação da linha DS no Brasil ainda é uma incógnita para a marca francesa, especialmente por causa do aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos importados. Ele sobrecarrega a já custosa operação, que conta ainda com a alíquota de importação de 35% sobre o preço do produto.
“O IPI é um dos motivos que nos leva a repensar a viabilidade da importação de toda a linha DS, No caso do DS3 houve um impacto, mas conseguimos importar o carro mantendo-o competitivo no segmento que ele vai se mover”, afirma Francesco Abbruzzesi. "A sorte do grupo PSA Peugeot Citroën é ter investido há 10 anos na fábrica no Brasil. Hoje o impacto do IPI é marginal, porque 90% dos carros da Citroën são produzidos no Brasil e na Argentina (a fábrica de El Palomar é responsável pelo C4 Hatch e o C4 Pallas)", avalia.
Citroën DS3 na São Paulo Fashion Week (Foto: Divulgação)
Expansão da rede
A Citroën descarta entrar no segmento popular e continua a apostar no crescimento do segmento “Premium”. Segundo a montadora, hoje o amadurecimento do mercado brasileiro leva ao crescimento de segmentos mais altos. Por esse motivo, a Citroën crescerá de forma “natural”. “É um aumento de market share contínuo”, aponta o executivo.
Para este ano, a marca pretende ter 3% de participação em um mercado previsto em 3,63 milhões de unidades, o que significa a venda de 110 mil carros. Em 2011, a particpação da francesa foi de 2,63%. Mas o crescimento só será possível com a expansão da rede de concessionárias, de acordo com a própria montadora.
“A marca Citroën está crescendo, porque também cresceu a oferta de produtos”, acrescenta o executivo, que ressalta o aumento da rede de concessionárias de 160 lojas para 175 em 2012. Ele quer chegar a 230 concessionárias em 2015. De acordo com Abbruzzesi, além da expansão da rede de distribuição, a marca tenta ficar competitiva também nos custos de pós-venda, o que sempre foi um ponto negativo para o consumidor.
Desenho do espaço Citroën na rua Oscar Freire, em São Paulo (Foto: Divulgação)
A loja que não vende carro
A Citroën vai abrir na esquina da luxuosa rua Oscar Freire com a Consolação, em São Paulo, um espaço-conceito inspirado no bem sucedido C42, vitrine da marca na Avenida Champs-Élysées, em Paris (França). É um espaço que qualquer pessoa pode viver a experiência da marca, sem comprar um carro, de acordo com a Citroën. “Queremos transformar a assinatura ‘Créative Technologie’ (criativa tecnologia, em francês) em uma experiência física. A pessoa poderá viver o ambiente da Citroën”, explica o diretor geral.
O local abrigará arte, moda, design, gastronomia e música. A programação cultural contará com exposições temáticas e de carros-conceito, a realização de cursos, apresentações musicais, pocket shows etc. Além disso, o espaço terá uma boutique, uma brasserie e uma livraria. A curadoria artística será responsabilidade do publicitário Dráusio Gragnani.
Embora carros não sejam vendidos no local, será possível a realização de test-drives, bem como o levantamento de informações completas sobre produtos. “Você deixa seus dados, se interessar, e um dos concessionários da rede entrará em contato”, afirma Abbruzzesi. O espaço vai funcionar durante todo o ano de 2012 e deve abrir com o lançamento do DS3.
Desenho do espaço Citroën na rua Oscar Freire; marca vai divulgar conceito (Foto: Divulgação)
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