Empresas constroem atividades que beneficiam a população brasileira e transmitem valor para os consumidores. Estratégias são focadas no apoio a programas para melhorar a educação
A responsabilidade social passou de um tema bastante discutido no meio corporativo para ser incorporado em estratégias de grandes companhias. Empresas como Avon, Nokia e Coca-Cola já colocaram a prática em sua estratégia de Marketing para fortalecer suas marcas e agregar valor a produtos e serviços, ao mesmo tempo em que promovem benefícios para as comunidades em que estão inseridas e contribuem para o desenvolvimento da população.
Caminhando nesta direção, as companhias desenvolvem programas de sustentabilidade, investem em institutos de ensino e levam ainda o conceito de negócios sociais para dentro da gestão, buscando inovação na categoria e mais consumidores engajados. A Fundação Nokia de Ensino, o Coletivo Coca-Cola e a campanha Avon contra o câncer de mama são exemplos de ações sociais que fazem parte das estratégias de sustentabilidade a longo prazo para os negócios das empresas.
Seguindo a lógica do bom desempenho e do lucro, a preocupação com os efeitos sociais e ambientais causados pelas indústrias não é mais apenas uma opção, mas uma determinação do mercado. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope Ambiental, em setembro de 2011, 70% dos consumidores já buscam informações sobre o engajamento das empresas com o tema.
Investimento em sustentabilidade
Para a difusão dessas ações, as organizações lançam mão do Marketing Social, ferramenta que auxilia na formação da imagem da instituição. Os investimentos em sustentabilidade colaboram na geração de mídia espontânea e atração e retenção de talentos profissionais, além de investidores e deduções fiscais.
O estudo do Ibope Ambiental, com 400 empresas, mostra que pouco mais da metade (52%) das empresas que praticam ações sustentáveis têm áreas distintas para a elaboração e execução dos projetos. Para efetuar os programas, 55% das companhias contam com a área administrativa, seguida pelo setor de RH/ Gestão de Pessoas (48%). Já o setor de Marketing/ Comunicação é responsável em apenas 36% dos casos.
“Existem empresas que ainda estão dando os primeiro passos, mas têm outras que já entenderam o valor estratégico da sustentabilidade e trabalham bem o tema. De maneira geral, a nossa expectativa era que tivessem muito mais profissionais ligados à parte de Marketing do que realmente existem. As empresas estão planejando a questão dando prioridade ao valor estratégico e menos a sua imagem. Mas a imagem é importante, ela vai refletir as ações da empresa”, explica Shigueo Watanabe, Diretor Executivo do Ibope Ambiental, em entrevista para o Mundo do Marketing.
Envolvimento com a comunidade
Pensando em desenvolver iniciativas que melhorassem a vida de brasileiros de comunidades carentes, a Coca-Cola criou em junho de 2009 o projeto Coletivo Coca-Cola, que leva o modelo de negócio social para 69 localidades espalhadas nos estados de São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará, Alagoas, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Minas Gerais.
“O programa surgiu junto com o aumento da classe C no país. A marca sempre esteve presente nos lares destas famílias e queríamos fazer algo para retribuir o crescimento econômico da categoria no mercado. Então, percebemos que apesar da classe C ter hoje um poder de compra, ainda há vários problemas sociais a serem resolvidos. O projeto nasceu com o objetivo de realizar algo que gerasse mais oportunidades e otimismo para a população”, comenta Claudia Lorenzo, Diretora de Negócio Social da Coca-Cola Brasil, em entrevista ao Mundo do Marketing.
A principal ferramenta do programa são os cursos de capacitação para pessoas da baixa renda, como design de embalagens recicladas, empreendedorismo familiar e técnicas para trabalhar no varejo. Com o modelo, a empresa estimula os participantes a entrarem no mercado de trabalho por meio das suas próprias qualificações. Em pouco mais de dois anos de ação, a Coca-Cola impactou 25 mil cidadãos e 30% dos jovens participantes do curso de varejo já conseguiram um emprego.
Até 2014, a empresa pretende atingir 400 mil pessoas por meio do método de capacitação. “Quanto mais o conceito de negócio social crescer, conseguiremos massificá-lo. O objetivo é transformar a vida das pessoas e expandir o conceito para outras companhias. Afinal, se podemos fazer, outras empresas também podem realizar projetos semelhantes e passar o exemplo adiante”, declara Claudia.
Gerando crédito para a empresa
Além do projeto Coletivo, a marca de refrigerantes possui outras atividades ligadas ao meio social. Os programas Valorização Jovem (1999) e Educação Campeã (2005), em parceria com o Instituto Ayrton Senna, visam à diminuição da evasão escolar e do índice de reprovação nas escolas onde atuam. Já o projeto mais antigo da empresa, o “Reciclou, Ganhou”, de 1996, segue ajudando cooperativas de reciclagem pelo país. Hoje o número chega a 259 de grupos beneficiados, que recebem consultoria sobre logística e gerenciamento da Coca-Cola.
Todas as ações da companhia buscam transmitir otimismo para os consumidores, corroborando com um dos seus principais slogans, “Abra a felicidade”. Para todas as empresas é importante repercutir os valores da marca por meio de suas atividades. A Avon, há quase 10 anos, passa a mensagem de preocupação com a mulher para os consumidores brasileiros, desde a luta pela sua independência financeira à autoestima, por meio dos seus projetos sociais, como o Avon Contra o Câncer de Mama e o Fale Sem Medo – Não à violência doméstica.
Durante o ano, a empresa de cosméticos também lança coleções de camisetas e outros produtos que têm os lucros revertidos para o Instituto Avon Brasil, além de organizar eventos para divulgar as causas defendidas pela companhia, como o Outubro Rosa. “Estas iniciativas representam a possibilidade de contribuir para mudanças importantes na sociedade, salvar vidas e fortalecer pessoas. Em cada campanha há pelo menos um produto voltado para arrecadação, quem usa a marca sabe que está contribuindo para essas ações”, relata Kátia Gianoneda, Diretora de Comunicação da Avon Brasil, em entrevista ao portal.
Desde 2003, quando foi criado no Brasil, o Instituto Avon arrecadou R$ 37 milhões. Deste total, R$ 25,4 milhões foram destinados para a prevenção do câncer de mama e R$ 3,5 milhões para a campanha pelo fim da violência doméstica, até maio de 2011. Com os investimentos foram realizadas mais de um milhão de mamografias e cerca de 164 mil ultrassonografias. Foram desenvolvidos ainda três centros de prevenção em hospitais do SUS, beneficiando mais de 1,7 milhão de mulheres.
Diálogo com os consumidores
Os resultados positivos apresentados pelas companhias conseguem impactar muito além dos participantes das ações. Os consumidores estão atentos aos movimentos da empresas e as iniciativas de benefícios sociais são um grande passo para a conquista de novos públicos. Segundo a pesquisa do Ibope, as principais atividades desenvolvidas pelas empresas são de apoio a programas para melhorar a educação na sociedade e em comunidades (92%).
Alinhado aos planos corporativos, a Nokia tem atualmente como seu principal investimento social a Fundação Nokia de Ensino, há 14 anos em posse da companhia, na região de Manaus. O centro educacional é voltado para o ensino médio técnico e visa suprir a carência de mão de obra da região. A Fundação possui cerca de 800 estudantes e 70% das vagas são destinadas para alunos da baixa renda.
“Muitos alunos da escola acabam trabalhando na própria Nokia, mas também fornecemos mão de obra para as concorrentes. Há ainda um curso pós-médio para os funcionários que querem crescer na empresa. Nossa escola foi classificada como a oitava melhor instituição técnica do Brasil”, conta Jô Elias, Coordenadora de Comunicação da Nokia, em entrevista ao portal.
A Nokia aposta ainda em pequenas ações que contribuem para o dia a dia dos seus consumidores, como pontos de coleta de aparelhos usados, acessórios e baterias em 273 locais pelo Brasil e mais de cinco mil em todo o mundo. Com 4,8 bilhões de usuários, a empresa exibe também em todos os seus aparelhos celulares uma mensagem para os clientes tirarem da tomada o carregador após completar a bateria e economizar energia.
Caminhando nesta direção, as companhias desenvolvem programas de sustentabilidade, investem em institutos de ensino e levam ainda o conceito de negócios sociais para dentro da gestão, buscando inovação na categoria e mais consumidores engajados. A Fundação Nokia de Ensino, o Coletivo Coca-Cola e a campanha Avon contra o câncer de mama são exemplos de ações sociais que fazem parte das estratégias de sustentabilidade a longo prazo para os negócios das empresas.
Seguindo a lógica do bom desempenho e do lucro, a preocupação com os efeitos sociais e ambientais causados pelas indústrias não é mais apenas uma opção, mas uma determinação do mercado. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope Ambiental, em setembro de 2011, 70% dos consumidores já buscam informações sobre o engajamento das empresas com o tema.
Investimento em sustentabilidade
Para a difusão dessas ações, as organizações lançam mão do Marketing Social, ferramenta que auxilia na formação da imagem da instituição. Os investimentos em sustentabilidade colaboram na geração de mídia espontânea e atração e retenção de talentos profissionais, além de investidores e deduções fiscais.
O estudo do Ibope Ambiental, com 400 empresas, mostra que pouco mais da metade (52%) das empresas que praticam ações sustentáveis têm áreas distintas para a elaboração e execução dos projetos. Para efetuar os programas, 55% das companhias contam com a área administrativa, seguida pelo setor de RH/ Gestão de Pessoas (48%). Já o setor de Marketing/ Comunicação é responsável em apenas 36% dos casos.
“Existem empresas que ainda estão dando os primeiro passos, mas têm outras que já entenderam o valor estratégico da sustentabilidade e trabalham bem o tema. De maneira geral, a nossa expectativa era que tivessem muito mais profissionais ligados à parte de Marketing do que realmente existem. As empresas estão planejando a questão dando prioridade ao valor estratégico e menos a sua imagem. Mas a imagem é importante, ela vai refletir as ações da empresa”, explica Shigueo Watanabe, Diretor Executivo do Ibope Ambiental, em entrevista para o Mundo do Marketing.
Envolvimento com a comunidade
Pensando em desenvolver iniciativas que melhorassem a vida de brasileiros de comunidades carentes, a Coca-Cola criou em junho de 2009 o projeto Coletivo Coca-Cola, que leva o modelo de negócio social para 69 localidades espalhadas nos estados de São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará, Alagoas, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Minas Gerais.
“O programa surgiu junto com o aumento da classe C no país. A marca sempre esteve presente nos lares destas famílias e queríamos fazer algo para retribuir o crescimento econômico da categoria no mercado. Então, percebemos que apesar da classe C ter hoje um poder de compra, ainda há vários problemas sociais a serem resolvidos. O projeto nasceu com o objetivo de realizar algo que gerasse mais oportunidades e otimismo para a população”, comenta Claudia Lorenzo, Diretora de Negócio Social da Coca-Cola Brasil, em entrevista ao Mundo do Marketing.
A principal ferramenta do programa são os cursos de capacitação para pessoas da baixa renda, como design de embalagens recicladas, empreendedorismo familiar e técnicas para trabalhar no varejo. Com o modelo, a empresa estimula os participantes a entrarem no mercado de trabalho por meio das suas próprias qualificações. Em pouco mais de dois anos de ação, a Coca-Cola impactou 25 mil cidadãos e 30% dos jovens participantes do curso de varejo já conseguiram um emprego.
Até 2014, a empresa pretende atingir 400 mil pessoas por meio do método de capacitação. “Quanto mais o conceito de negócio social crescer, conseguiremos massificá-lo. O objetivo é transformar a vida das pessoas e expandir o conceito para outras companhias. Afinal, se podemos fazer, outras empresas também podem realizar projetos semelhantes e passar o exemplo adiante”, declara Claudia.
Gerando crédito para a empresa
Além do projeto Coletivo, a marca de refrigerantes possui outras atividades ligadas ao meio social. Os programas Valorização Jovem (1999) e Educação Campeã (2005), em parceria com o Instituto Ayrton Senna, visam à diminuição da evasão escolar e do índice de reprovação nas escolas onde atuam. Já o projeto mais antigo da empresa, o “Reciclou, Ganhou”, de 1996, segue ajudando cooperativas de reciclagem pelo país. Hoje o número chega a 259 de grupos beneficiados, que recebem consultoria sobre logística e gerenciamento da Coca-Cola.
Todas as ações da companhia buscam transmitir otimismo para os consumidores, corroborando com um dos seus principais slogans, “Abra a felicidade”. Para todas as empresas é importante repercutir os valores da marca por meio de suas atividades. A Avon, há quase 10 anos, passa a mensagem de preocupação com a mulher para os consumidores brasileiros, desde a luta pela sua independência financeira à autoestima, por meio dos seus projetos sociais, como o Avon Contra o Câncer de Mama e o Fale Sem Medo – Não à violência doméstica.
Durante o ano, a empresa de cosméticos também lança coleções de camisetas e outros produtos que têm os lucros revertidos para o Instituto Avon Brasil, além de organizar eventos para divulgar as causas defendidas pela companhia, como o Outubro Rosa. “Estas iniciativas representam a possibilidade de contribuir para mudanças importantes na sociedade, salvar vidas e fortalecer pessoas. Em cada campanha há pelo menos um produto voltado para arrecadação, quem usa a marca sabe que está contribuindo para essas ações”, relata Kátia Gianoneda, Diretora de Comunicação da Avon Brasil, em entrevista ao portal.
Desde 2003, quando foi criado no Brasil, o Instituto Avon arrecadou R$ 37 milhões. Deste total, R$ 25,4 milhões foram destinados para a prevenção do câncer de mama e R$ 3,5 milhões para a campanha pelo fim da violência doméstica, até maio de 2011. Com os investimentos foram realizadas mais de um milhão de mamografias e cerca de 164 mil ultrassonografias. Foram desenvolvidos ainda três centros de prevenção em hospitais do SUS, beneficiando mais de 1,7 milhão de mulheres.
Diálogo com os consumidores
Os resultados positivos apresentados pelas companhias conseguem impactar muito além dos participantes das ações. Os consumidores estão atentos aos movimentos da empresas e as iniciativas de benefícios sociais são um grande passo para a conquista de novos públicos. Segundo a pesquisa do Ibope, as principais atividades desenvolvidas pelas empresas são de apoio a programas para melhorar a educação na sociedade e em comunidades (92%).
Alinhado aos planos corporativos, a Nokia tem atualmente como seu principal investimento social a Fundação Nokia de Ensino, há 14 anos em posse da companhia, na região de Manaus. O centro educacional é voltado para o ensino médio técnico e visa suprir a carência de mão de obra da região. A Fundação possui cerca de 800 estudantes e 70% das vagas são destinadas para alunos da baixa renda.
“Muitos alunos da escola acabam trabalhando na própria Nokia, mas também fornecemos mão de obra para as concorrentes. Há ainda um curso pós-médio para os funcionários que querem crescer na empresa. Nossa escola foi classificada como a oitava melhor instituição técnica do Brasil”, conta Jô Elias, Coordenadora de Comunicação da Nokia, em entrevista ao portal.
A Nokia aposta ainda em pequenas ações que contribuem para o dia a dia dos seus consumidores, como pontos de coleta de aparelhos usados, acessórios e baterias em 273 locais pelo Brasil e mais de cinco mil em todo o mundo. Com 4,8 bilhões de usuários, a empresa exibe também em todos os seus aparelhos celulares uma mensagem para os clientes tirarem da tomada o carregador após completar a bateria e economizar energia.
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