quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Setor de duas rodas supera resultado de 2008 e bate novo recorde

Segundo a Abraciclo, vendas até novembro passam de 1,93 milhão de motos. Para 2012, entidade acredita em crescimento de 5%, para 2,154 milhões.

Após três anos, o setor de duas rodas mostra sinais de recuperação da crise mundial de 2008. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), no acumulado do ano até novembro, com 1.930.492 unidades vendidas no mercado interno, o setor registra alta de 13,6% em relação a 2010 (1.698.683 unidades) e de 8,5% em comparação com 2008 (1.780.403), até então o melhor ano para a história do segmento.

Somente em novembro foram comercializadas 177.815 motocicletas, o que representa leve alta de 0,6%, em relação ao mês passado e estabilidade em relação ao mesmo período de 2010 (177.790). Os dados foram divulgados nesta terça-feira.

“Percorremos um longo caminho para chegar a esse momento. Com maior rigor na liberação do crédito, o usuário de motocicleta, majoritariamente das classes C e D, tem dificuldade para conseguir o financiamento, o que freou as vendas. Passamos por um rigoroso processo de recuperação e mudança de procedimentos, e hoje o mercado cresce de forma mais consistente”, afirma o presidente da Abraciclo, Roberto Akiyama.

Carros mais vendidos novembro 2011 (Foto: Editoria de Arte/G1) 
Carros mais vendidos novembro 2011 (Foto: Editoria de Arte/G1)
 
Produção e exportação
 
As fabricantes de motocicletas no Brasil produziram 195.599 unidades em novembro, níveis semelhantes aos alcançados em outubro (195.426 unidades) e 7,7% acima de novembro de 2010 (181.657). Já no acumulado do ano, a produção apresenta incremento de 18,3% sobre o ano passado, com 2.035.047 unidades fabricadas – superando o registrado em 2008 no mesmo período (2.019.162).

Nas exportações, com a comercialização de 9.713 motocicletas para o mercado externo, novembro apresenta alta de 71,15% sobre outubro. Em relação ao mesmo mês de 2010, o crescimento foi de 36,28%.

Projeções para 2011 e 2012
 
Segundo projeções da Abraciclo divulgadas nesta terça-feira, o mercado de motocicletas deve fechar o ano com 2.141.000 unidades produzidas, o que representa alta de 17% sobre 2010 e estabilidade em relação a 2008, quando foram fabricadas 2.140.907 motocicletas.

Nas vendas ao mercado interno (atacado), a entidade projeta a comercialização de 2.060.000 motocicletas em 2011 - alta de 13% sobre o ano passado, quando foram vendidas 1.818.181 unidades, e de 9,5% sobre 2008, ano que detinha o recorde anterior.

Se considerarmos os emplacamentos (vendas ao consumidor final), a expectativa é de que o ano termine com 1.929.000 motocicletas emplacadas – 7% acima do alcançado em 2010.

As exportações, segundo a entidade, devem fechar o ano em 67 mil comercializações ao mercado externo, uma baixa de 3% em relação ao ano passado (69.209).

Nossas projeções para 2012 consideram uma continuidade dos efeitos no setor das medidas governamentais ainda no início do próximo ano. "
 
Roberto Akiyama
 
“Apesar dos resultados totalizados serem positivos, devemos lembrar que as medidas macroprudenciais adotadas pelo Governo surtiram efeito no setor, levando a uma desaceleração do crescimento sentida ao longo da evolução dos trimestres e mais proeminentemente nos números desses últimos três meses do ano. Não fosse isso, nosso crescimento teria sido muito maior”, conta Akiyama.

Para 2012, a entidade acredita que o mercado deva continuar crescendo, mas de forma mais contida, com um avanço de apenas 5% nas vendas, alcançando a marca de 2.154.000 motocicletas comercializadas, e também de 5% nas produções, totalizando 2.252.000 unidades fabricadas.

“Nossas projeções para 2012 consideram uma continuidade dos efeitos no setor das medidas governamentais ainda no início do próximo ano. Devemos salientar os esforços atuais do governo em reverter essa situação, reduzindo taxas de juros e buscando minimizar os impactos dessa crise econômica atual, mas o início de 2012 deverá sentir os reflexos da redução da atividade do mercado registrada no final desse ano”, adianta Akiyama.

A exceção deve ficar com as vendas para o mercado externo. As exportações, que sentiram muito fortemente a desvalorização do dólar, registrando quedas acentuadas desde 2008, devem ganhar fôlego no ano que vem, fechando 2012 com 98 mil unidades exportadas, uma elevação de 46% sobre os números esperados para 2011.

 

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