Morace aponta os novos paradigmas
Dirigente do Future Concept Lab diz que o Brasil está preparado para ser um grande ator das tendências do futuro
A mudança de paradigmas é o retrato de uma nova era. O italiano Francesco Morace, dirigente do Future Concept lab, um laboratório de análise de tendências e comportamentos de pessoas e mercados, fez um exercício dos novos tempos em palestra no Maximídia, na tarde desta terça-feira, 4, onde apresentou “Os Quatro Paradigmas do Futuro”.
Morace chamou a atenção para as mudanças que surgem num mundo de pós-opulência, tanto nas relações de consumo sobre pessoas e produtos como entre as pessoas e marcas. Valores ligados à sustentabilidade, compartilhamento, cuidados com o corpo e a saúde, qualidade do tempo e do espaço passam a ser itens primordiais na vida e relação de consumo dos indivíduos.
Em meio a tudo isso, o palestrante colocou o Brasil como um país que estará no centro das mudanças e capaz de em poucos anos também dar um salto de paradigmas. Ele vê o Brasil como um importante local onde há força criativa vinda das bases da população. “A Classe C já usa muito a internet”, afirmou.
A cada conceito, Francesco Morace ilustrou com campanhas que já atendem a algumas destas novas aspirações, de vários países. Assim, uma versão musical e muito bem-humorada da família real britânica e do grande casamento recente naquele clã é o tema de uma campanha da operadora T-Mobile: One Life is for Sharing.
“Cada vez mais os indivíduos serão capazes de saltar de um experiência para outra, em uma dimensão de economia híbrida e de experiência alternada”, afirmou Morace. Mais uma campanha de operadora de telefonia, a japonesa NTT Docomo, também ilustra valores preponderantes na nova ordem, com uma integração entre ética e estética.
Segundo o palestrante, torna-se mais importante à agência de publicidade entender que algumas mudanças serão inexoráveis. “A ideia de repetição tende a morrer, mas a capacidade de estimular a criatividade será crescente. Em 30 anos, serão crisálidas vazias: a perssuasão, o patrocínio, a ressonância na mídia”. A solução, diz ele, é estimular como único árbitro do mercado a credibididade da marca.
Pontualmente, Morace enumerou os quatro paradigmas do futuro, que deram título à sua apresentação: trust & sharing (confiança e compartilhamento), quick & deep (rápido e profundo), crucial & sustainable (crucial e sutentável), unique & universal (singular e universal).
Para o paradigma de confiança e compartilhamento, por exemplo, a ilustração foi um filme de campanha da marca Ikea, com carga de emoção. No mesmo valor, encaixa-se a Petrobras, que vem trabalhando de forma a mostrar que marca e consumidor navegam num mesmo barco.
No segundo paradigma, rápido e profundo, a necessidade é mostrar-se com agilidade e consistência. E o exemplo foi o comercial da MTV Brasil, feito pela Loducca. Em produto, a Melissa é um exemplo de item chique e acessível, com atributos de beleza e design. “Também mostra uma capacidade cultural de repensar o material plástico”, afirmou o palestrante.
Como terceiro paradigma, crucial & sustentável, a Natura aparece como marca brasileira já nesta trilha. No seu percurso, diz Morace, o luxo se expressa cada vez mais em uma versão discreta.
Finalmente, como quarto e último paradigma, singular & universal, a antinomia corrente até aqui de se “pensar global e agir local” ficará para trás. “Há valor nos produtos únicos e locais; os produtos regonaisi serão transformados em opções globais. O caráter distintivo das origens e dos processos será muito mais claro, com a internet sendo preponderante”. Os exemplos, neste caso, são a marca Havaianas e a grife Osklen.
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