quarta-feira, 20 de julho de 2011

Preço de imóvel novo pode ter queda

Os imóveis novos estão demorando mais para serem comercializados na capital. Enquanto um edifício levava em média até cinco meses para ser totalmente vendido entre janeiro e maio de 2010, no mesmo período de 2011 o tempo subiu para sete meses. E essa desaceleração no setor imobiliário tem impactado nos preços, cujo ritmo de aumento perdeu fôlego.


De acordo com dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), o preço médio do metro quadrado da área útil de lançamentos com dois dormitórios subiu 79% de janeiro de 2010 a maio deste ano na comparação com o período compreendido entre janeiro de 2008 e maio de 2009. Por outro lado, nos últimos cinco meses, a alta do metro quadrado foi de 7,8%, batendo em R$ 4.888. O mesmo fenômeno acontece com imóveis de outros perfis.

“A tendência de alta se concentrou no ano passado. Agora, a expectativa é de que, caso esta desaceleração continue, os preços se estabilizem ou até caiam, na medida que os empreendedores reduzam seu lucro ou custos de construção para aumentar a concorrência no mercado”, analisa o diretor da Embraesp, Luiz Pompeia. “O preço de algumas regiões da cidade está além do aceitável e há espaço para eventuais quedas”, afirma.

O economista-chefe do Sindicato da Habitação (Secovi) Celso Petrucci, afirma que não há espaço para aumento de preço como no ano passado. “Os preços tendem a subir menos que em 2010, que foi um ano fora da curva.”

Antonio Carlos Ruotolo, diretor do Ibope na área de geonegócios, acredita que o crédito farto é um dos motivos para as vendas continuarem aquecidas, enquanto a oferta continua pequena. “Isso pressiona os preços, mas a desaceleração deve acontecer na medida em que a demanda vai sendo atendida”, explica o especialista.

Recomendações

Pompeia recomenda para quem está em busca de um imóvel novo, mas sem necessidade imediata, esperar um pouco mais para realizar a compra. “Se precisar comprar agora, deve pesquisar muito e pechinchar. O momento é propício para isso.” Neste momento, diz, é hora mesmo de vender. “Os preços estão no ápice e a venda pode render um bom dinheiro.”

Para João da Rocha Lima professor do núcleo de Real State da Universidade de São Paulo (USP), essa estabilidade pode demorar até dois anos para acontecer. Isso porque o mercado se mantém aquecido e, nos últimos dois meses, vem retomando as vendas.

Conforme dados do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi SP), as vendas de imóveis na cidade de São Paulo registraram queda de 34% entre janeiro e maio com relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre deste ano, a queda das vendas era em torno de 50%.

Já o número de lançamentos subiu no mesmo período. Enquanto de janeiro a maio de 2010 foram lançadas 10.736 unidades, este ano foram 10.825.

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