Segundo levantamento do Secovi-SP, foram 4.265 unidades comercializadas no período, ante 8.461 vendidas no mesmo período de 2010
SÃO PAULO - A venda de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo caiu pela metade (49,6%) no primeiro trimestre de 2011 em relação a igual período do ano anterior, somando 4.265 unidades, de acordo com pesquisa mensal do Sindicato das Empresas de Compra, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo (Secovi-SP). Ao analisar os resultados, a entidade chama a atenção para a forte base de comparação, visto que nos primeiros três meses de 2010 foram vendidas 8.461 unidades, o dobro do comercializado um ano antes (4.831 imóveis).
No mesmo intervalo, o volume de lançamentos recuou 18,7%, para 5.033 unidades, de acordo com dados da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp). Com isso, o indicador de Vendas sobre Oferta (VSO) médio desacelerou de 20,2% para 10,5% no comparativo entre mesmos trimestres. O desempenho, porém, ainda é superior à média de 8% informada entre janeiro a março de 2009 e semelhante à média de 10,6% registrada nos primeiros três meses de 2007.
No mês de março, as vendas de imóveis novos somaram 1.566 unidades, mostrando retração de 16,2% em relação a fevereiro e de 61,8% frente a março do ano passado, segundo o Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP. No período, o segmento de dois quartos respondeu por 48,1% do total de imóveis comercializados. Já os imóveis de três dormitórios representaram 26,2% dos negócios e os de quatro dormitórios responderam por 13,3% das vendas. O nicho de 1 dormitório, que tradicionalmente representa 7% das vendas, surpreendeu ao concentrar 12,3% em março.
Do total vendido no mês, 88,4% possuíam área útil média de até 130 metros quadrados. Os imóveis com área útil média entre 46 metros quadrados e 65 metros quadrados concentraram 44,8% das unidades comercializadas no mês e representaram mais da metade no intervalo de até 130 metros quadrados.
Lançamentos
Ao mesmo tempo, o volume de lançamentos caiu 47,3% em relação a fevereiro, para 1.530 unidades, segundo a Embraesp. Reflexo do arrefecimento da economia e fatores sazonais, a velocidade de vendas recuou de 13,2% em fevereiro para 11,5%. Em março do ano passado, o indicador alcançou 28,2%.
Em nota, a entidade reconhece que o atual ambiente econômico é menos favorável em relação ao início de 2010, com inflação em alta e consequente repercussão na taxa de juro básico - o que têm afastado os compradores, que em geral são mais conservadores. O feriado de Carnaval, que neste ano ocorreu em março, também pode ter contribuído para a desaceleração.
A entidade aponta ainda para o arrefecimento dos lançamentos relacionados ao programa "Minha Casa, Minha Vida". Embora o teto dos valores dos imóveis que fazem parte da segunda fase do programa tenha sido revisto, os limites de faixa da renda familiar permanecem os mesmos.
Grande SP
As vendas de imóveis novos na Região Metropolitana de São Paulo cresceu 4,6% em março frente a fevereiro, totalizando 3.899 unidades, conforme levantamento do Sindicato de Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis comerciais de São Paulo (Secovi-SP). A capital foi responsável por 40,2% do volume comercializado na região.
Em nota, a entidade aponta que a relação entre capital e região Metropolitana continua em ritmo decrescente e alerta que, se a legislação da capital não for revista, essa tendência será irreversível.
Na região também foram lançados 3.002 imóveis em março, indicando queda de 45,3% em relação a fevereiro e de 56,5% ante igual período do ano anterior.
Com relação a tendências, na avaliação de Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi, é preciso aguardar os resultados dos próximos meses. "Por enquanto, fica a impressão de desaceleração no ritmo de comercialização para um ajuste técnico, devido à valorização dos imóveis e dos insumos", acrescenta, ao lembrar que tradicionalmente o maior volume de negócios se concentra no segundo semestre.
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