O retrofit --reforma para modernizar um espaço-- pode ser o caminho para viabilizar imóveis dentro do programa Minha Casa, Minha Vida na faixa destinada a famílias com renda mensal até R$ 1.395 na cidade de São Paulo.
O primeiro empreendimento deve ser um edifício vazio de 20 andares na avenida Ipiranga, na região central, que vai abrigar 120 apartamentos. O prédio foi doado pela União à ULC (Unificação de Luta dos Cortiços), que vai escolher as famílias que serão beneficiadas.
A reforma vai custar R$ 6,2 milhões. Segundo Estanislau Toledo, sócio da Klar Construtora, responsável pelo retrofit, o negócio será viável com a unidade saindo por até R$ 52 mil, teto permitido pelas regras do Minha Casa para essa parte da população e questionado pelas construtoras desde o lançamento do programa, em 2009. Mesmo sem a necessidade de construção do edifício, diz, "a margem de lucro é baixa". Para as famílias que recebem até R$ 4.650 mensais, o limite da moradia é de R$ 170 mil.
Os vãos praticamente livres em cada andar darão lugar a seis apartamentos, com divisórias em dry wall, "que traz economia, rapidez e leveza", nas palavras de Toledo, não havendo necessidade de reforço da estrutura do edifício.
Em cerca de nove meses após o início da obra, que aguarda a aprovação da prefeitura, que, por sua vez, espera documentação pendente, será possível ter moradores. Serão 88 apartamentos de um dormitório, entre 30 metros quadrados e 43 metros quadrados, e 32 quitinetes, de 25 metros quadrados a 28 metros quadrados.
"Esse é o caminho para a requalificação do centro", afirma Renato Rodrigues, sócio da Integra Sociedade Cooperativa, empresa de engenharia e arquitetura responsável pelo projeto, que já fez outros trabalhos de retrofit no centro de São Paulo. "Já estudamos vários prédios vazios para transformar em habitação de interesse social."
Adriano Vizoni/Folhapress | ||
Prédio no centro da capital paulista que vai passar por reforma para fazer parte do Minha Casa, Minha Vida |
A Caixa Econômica Federal disse que ainda está em negociação sobre a inclusão do prédio no Minha Casa, Minha Vida e não respondeu se há outros empreendimentos desse tipo em análise no país.
O banco afirmou que a lei permite o enquadramento no programa de prédios reformados em centros urbanos que sejam destinados a habitação.
Na capital, estão previstos 23 empreendimentos na primeira fase do programa para famílias que recebem até R$ 1.395 por mês, com 3.596 moradias, de acordo com a Caixa. As obras de 21 deles estão em andamento, com entrega prevista a partir do segundo semestre.
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