sexta-feira, 27 de maio de 2011

China: saiba quem é quem no mercado asiático

Atualmente, a China é o maior mercado automotivo do mundo, condição que assumiu em 2009, quando superou os Estados Unidos – naquele ano, o Japão foi o terceiro no ranking e o Brasil, o quinto, logo abaixo da Alemanha. De janeiro a dezembro de 2010, a produção total de veículos naquele país alcançou a cifra recorde de 18.264.700 de unidades, sendo 13.897.100 de carros de passeio e 4.367.600 de comerciais leves,  uma alta de 32,4% sobre o mesmo período de 2009 (13,6 milhões). Só para dar uma idéia, em 2000 não passava de 2,1 milhões de unidades.


O mercado chinês de veículos vem se expandindo vertiginosamente desde 1999, acompanhando as altas taxas de crescimento da economia, de 9% ao ano, em média. Mesmo com a crise financeira internacional, em 2008, esse ritmo não perdeu fôlego. Ao contrário, continuou forte, estimulado por um pacote de incentivos fiscais concedido pelo governo local à indústria automobilística, que cortou pela metade a tributação sobre veículos novos e distribuiu R$ 1,3 bilhão (US$ 732 milhões) para incrementar a renovação da frota nacional.

Com uma população de 1,35 bilhão de pessoas, a China tem um modesto índice de apenas de 0,5 carro para cada 10 habitantes, contra 5,8 dos principais países europeus e 7 habitantes por carro dos Estados Unidos. Um dado impressionante: a cada ano, o país incorpora 20 milhões de novos motoristas nas principais cidades. O que significa que o mercado de veículos no país asiático ainda tem um enorme potencial de crescimento nas próximas décadas (muito maior que Índia, Rússia e Brasil juntos), que será impulsionado pela rápida elevação da renda interna.

Estima-se que na China existem mais de 120 fabricantes de veículos. Deste total, 10 são representados por grandes montadoras (ver quadros de vendas e produção); os outros 110 são pequenos e médios produtores - a grande maioria deles com presença estatal. Apenas uma pequena parcela dessas empresas é independente (privada). As mais importantes, em geral, possuem participação de montadoras estrangeiras – a regulamentação do setor automotivo chinês determina que, para operarem no país, as empresas globais formem parceria com as marcas locais, visando o intercâmbio tecnológico.



Entre os maiores fabricantes de veículos chineses figuram marcas como a SAIC (Shangai Automobile), parceira da General Motors e da Volkswagen, Dongfeng, Faw, Changan e BAIC (Beijing Automobile), que estão individualmente num patamar de produção entre 1,49 milhão e 3,56 milhões de veículos – o equivalente à produção anual do Brasil em 2000 e 2010, respectivamente (ver quadros abaixo).

As outras cinco (GAIC, Chery, BYD, Brilliance e JAC), se situam num intervalo entre 458.000 e 724.000 unidades, o que corresponde ao mercado da Argentina em 2006 e o previsto para 2011. Estas 10 empresas foram responsáveis pela venda de 15.596.100 veículos, respondendo por 86% do mercado total de veículos na China.

No segmento de veículos de passageiros, os principais fabricantes são SAIC-GM-Wuling, SAIC-GM, SAIC-VW, Faw-VW e Chongqing Changan. As outras posições são ocupadas por Beijing-Hyundai, Chery, Dongfeng-Nissan, BYD e Faw-Toyota (ver quadro abaixo).  Juntos, eles concentraram a venda de 7.793.600 unidades em 2010, o equivalente a 57% do mercado total de carros de passeio na China.

Já no segmento de sedãs, as posições mudam um pouco: a SAIC-GM lidera o ranking, seguida da SAIC VW em segundo, Faw-VW em terceiro, Beijing-Hyundai em quarto, Dongfeng-Nissan em quinto e BYD em sexto, acima da Chery, Geely, Chana-Ford e Faw-Toyota. O líder de vendas é o BYD F3, com 263.900 unidades comercializadas em 2010, vindo depois pela ordem, os modelos Lavida, Elantra, Jetta, Excelle, Santana, Xiali, Cruze, Cowin e New Bora.

A BYD também é a primeira em vendas no segmento de subcompactos, com o F0 (148.457 unidades vendidas em 2010), vindo a seguir o Chery QQ, GM Spark, Bid Dipper, Chana Mini Benni e Suzuki Alto.

Nos dois últimos anos, o ranking da Associação dos Fabricantes de Automóveis da China (China Association of Automobile Manufacturers  - CAMM) aponta o sedã BYD F3 como o automóvel mais vendido naquele país (ver quadro). De acordo com números de 2009, o modelo vendeu 291.000 unidades, seguido do GM Excelle (241.100), Hyundai Yuedong (239.400) e VW Jetta (224.900).

A previsão é de que o mercado chinês mantenha taxas aceleradas de expansão nos próximos 10 anos. A estimativa mais otimista é de que as vendas devam chegar a 40 milhões de veículos em 2020. Essa estimativa se baseia no atual ritmo de demanda interna, bancada pelo vigoroso índice de crescimento da economia e pela expansão do mercado de consumo.

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