É hora de pechinchar e negociar descontos ao máximo. Essa é a regra para quem procura um imóvel usado para comprar. Em janeiro deste ano, a média da diferença de preço entre o que o proprietário pediu inicialmente e o que comprador pagou foi de 8,78% em bairros como Vila Madalena ou Vila Mariana, por exemplo, chegando a 9,55% em Aricanduva e Freguesia do Ó.
Os dados do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), que mostram um crescimento nos descontos no início desse ano em São Paulo. Para o presidente da entidade, José Augusto Viana Neto, isso está ligado ao fato dos proprietários estarem jogando o preço dos imóveis lá em cima incentivados pelo boom imobiliário. “Tem gente que se entusiasma com o bom momento do mercado e coloca o preço próximo ao de um novo no mesmo bairro. Só que vai ter de baixar o preço se quer vender”, afirma.
O coordenador da pós-graduação em Negócios Imobiliários da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), Eduardo Coelho, também acredita que os preços dos imóveis usados estão sendo influenciados pelo valor dos novos. “E se esse proprietário não vende com o preço inicial, ele fica cada vez mais propenso a aceitar propostas com desconto ao longo do tempo”, comenta ele, que afirma que um imóvel entre R$ 300 mil e R$ 500 mil demora até seis meses para ser vendido.
Para quem deseja comprar um imóvel, a recomendação é pesquisar os preços na localidade de interesse. “Tem que estar bem informado sobre o preço do m² na região para saber se o que estão pedindo realmente vale. E não fechar logo o primeiro negócio”, explica Coelho.
E para quem quer vender, Viana recomenda que o imóvel seja colocado à venda no preço real. “Quem está comprando sabe que aquele preço está acima do mercado e vai ser difícil vender assim”, comenta. “Todo mundo aceita analisar proposta. Cabe decidir se aceita ou não o valor oferecido.”
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