quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Como evitar que a equipe sofra de depressão pós-férias

 

Para que esse mal não prejudique os resultados, o cuidado com as condições de trabalho do funcionário é imprescindível.

São Paulo - As duas primeiras semanas de trabalho de um funcionário que voltou de férias são, geralmente, mais lentas. Mas, se o baque de retornar à rotina persistir por mais de 14 dias, é sinal de que o trabalhador sofre de depressão pós-férias – ou síndrome pós-férias. Caracterizado por dores na cabeça e no corpo, cansaço, sentimentos de angústia, ansiedade e até culpa, esse problema ultrapassa o período de readaptação. É uma manifestação da insatisfação do profissional. Uma pesquisa do Isma-BR (International Stress Management Association no Brasil), divulgada recentemente, revelou que 23% dos executivos sofrem desse mal. Segundo a presidente do Isma-BR, Ana Maria Rossi, os gestores podem ajudar no combate a esse problema, que afeta significativamente a produtividade do trabalhador.


A depressão pós-férias é confirmada se a ansiedade e a angústia continuarem depois de 14 dias do retorno ao trabalho

Uma das formas de prevenir esse tipo de depressão é estabelecer uma política de férias mais curtas e, assim, mais frequentes. “O profissional, em média, entra no clima das férias depois de 10 dias de folga. Nos últimos 10 dias, ele começa a antecipar a tensão do trabalho. Isso faz com que ele tenha só 10 dias para relaxar de fato”, afirma Ana Maria. Ela argumenta que, com períodos menores, o trabalhador não sai completamente do ritmo de trabalho, mas, ao mesmo tempo, não precisará acumular as pressões e o cansaço de um ano inteiro para se ver livre novamente. Outra vantagem seria o menor acúmulo de tarefas no tempo em que o profissional estiver fora, o que diminui sua ansiedade e preocupação em relação ao término do descanso.
 
Vilões da depressão pós-férias

Os gestores também precisam atacar os principais causadores da insatisfação do funcionário, para que ele volte com mais ânimo para o trabalho. A falta de reconhecimento pode ser combatida com uma postura mais amistosa e interessada do chefe. Nada de falar com o profissional apenas sobre demandas. Ele precisa ver que tem valor dentro da companhia e faz bem seu trabalho.

A estagnação na empresa é outra causa da depressão pós-férias. “Um funcionário que faz sempre a mesma coisa acaba perdendo a paixão pelo que faz, não usa a criatividade, começa a se desinteressar”, diz Ana Maria Rossi. Mesmo havendo funções naturalmente mais repetitivas, ela chama a atenção para a necessidade de sempre estimular o profissional e dar margem para seu crescimento dentro da companhia.

Os locais de trabalho com a infraestrutura e o ambiente adequados também ajudam a afastar a insatisfação, a depressão e a conseqüente falta de produtividade. A presidente do Isma-BR recomenda aos gestores disponibilizar os recursos materiais, financeiros e de pessoal para todas as tarefas exigidas. Um local agradável para o trabalho também é imprescindível. Se isso não estiver ao alcance do gestor, ele precisa mostrar aos profissionais que está preocupado com a situação. Sem isso, todos – inclusive os chefes – vão ter que arcar com as consequências da depressão pós-férias.

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