O projeto de US$ 12 bilhões para a inauguração no Brasil da fábrica da Foxconn que produzirá iPads é incerta, segundo fontes ligadas ao governo consultadas pela agência de notícias “Reuters”. O acordo está ameaçado devido à estagnação das negociações da empresa sobre os impostos e pelos “profundos problemas estruturais” como a falta de mão de obra qualificada.
A proposta para construir a fábrica de produtos da Apple foi anunciada em abril deste ano pela presidente Dilma Rousseff durante sua visita oficial à China. Autoridades destacaram o acordo como um sinal de estreitamento de laços com a Ásia e prova de que o Brasil estava subindo na cadeia de valor agregado da fabricação conforme a economia do país vai crescendo.
No entanto, a idéia de uma “fábrica brasileira de iPads” foi vista com ceticismo no próprio país, onde as fábricas têm lutado há anos contra altos impostos, uma moeda sobrevalorizada e com a falta de trabalhadores qualificados, devido à educação deficiente e um mercado de trabalho concorrido.
“As conversas têm sido muito difíceis e o projeto do iPad brasileiro está em dúvida”, uma autoridade disse à “Reuters”. “[Foxconn] Ela está fazendo exigências ‘malucas’ por incentivos fiscais e outros tratamentos especiais”, acrescentou o funcionário.
Ainda de acordo com a agência de notícias, a data para o projeto se concretizar é incerta, ao menos na forma com que foi originalmente concebido, disseram as autoridades, sob condição de anonimato.
Procurada pela “Reuters”, a Foxconn não respondeu a nenhuma das ligações feitas para comentar o assunto.
Procurado pelo UOL Tecnologia, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação alegou que não houve qualquer alteração nas negociações sobre a produção de aparelhos eletrônicos no Brasil por parte da chinesa Foxconn. O órgão reiterou as declarações do Ministro Aloizio Mercadante sobre os avanços entre a empresa e o governo brasileiro. Em nota, o ministério declarou: “As negociações estão em curso com o governo brasileiro, por intermédio do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), Midic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e BNDES e prosseguem sob sigilo.”
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