quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ethanol Summit mostra o futuro do etanol

O futuro dos biocombustíveis, as principais aplicações para a cana-de-açúcar, os investimentos feitos no setor sucroenergético e os benefícios do etanol para o Brasil, foram alguns dos assuntos discutidos no Ethanol Summit. O evento, considerado um dos maiores do mundo voltado a energia sustentável, aconteceu entre os dias 06 e 07 de junho, em São Paulo, realizado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), com a Editora Motorpress Brasil e Revista Carro como parceiros do evento. 

Em 2010, a produção brasileira de etanol, a partir da cana-de-açúcar, atingiu 27 bilhões de litros. Segundo a UNICA, esse volume utilizado nos veículos com motores bicombustível evitou a emissão na atmosfera de 130 milhões de toneladas de CO2 (dióxido de carbono). Hoje, 45% dos veículos leves utilizam o etanol no Brasil.
O presidente da UNICA, Marcos Jank, disse que o país passa por uma demanda crescente pelo biocombustível.  Segundo ele, a produção de etanol no Brasil chega a 7.500 litros por hectare. Jank fez questão de salientar que a plantação da cana-de-açúcar não será um problema para o meio ambiente. “Não haverá desmatamento ou competições com as plantações de alimentos. Atualmente, a cana consiste em 3% das áreas de plantio”, afirmou Jank.
Em São Paulo, o crescimento do setor e a ampliação da indústria alcooleira formam uma dupla de suma importância no desenvolvimento de novas tecnologias, a partir da cana. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, esteve presente na abertura do evento e afirmou que o estado é líder na produção de etanol, que conta hoje com 213 municípios produtores. 
Alckmin também ressaltou os problemas com o investimento na bioeletricidade, que, segundo ele, poderiam ser mais bem aproveitadas. Usinas termoelétricas queimam o bagaço resultante da moenda na cana-de-açucar para gerar energia elétrica. "O Estado hoje exporta 660 MW de energia, mas esse volume poderia chegar a 5.500 MW se houvesse mais investimento, mais eficiência", disse o governador. “Existe uma enorme confiança no setor. Até 2015, conseguiremos exportar essa quantia (5.500 MW)”, completou. Até 2020, a bioeletricidade pode gerar o equivalente a três usinas de Belo Monte, um total de 13.158 MW.
Setor Automotivo
Os automóveis e o futuro dos combustíveis usados também foram parte das diversas palestras e plenárias apresentadas no Ethanol Summit. Na terça-feira (07), ocorreu na Sala de Tecnologia o debate “Híbridos, Elétricos e flex-fuel: opções ou convergência?”. Eduardo Campos, gerente de vendas da Magneti Marelli, apresentou um projeto da empresa, que visa a criação de um sistema de partida a frio a partir de etanol (atualmente, a maioria dos modelos bicombustível necessitam da gasolina para a partida do motor). Além desse sistema, foram mostrados um novo bico injetor e uma central elétrica projetada exclusivamente para carros movidos a etanol.
Franco Cirano, presidente da associação dos engenheiros automotivos (AEA) e superintendente da Fiat Powertrain, também falou sobre os frutos do etanol e o que, segundo ele, impede a chegada dos modelos híbridos e elétricos. “O que falta, realmente, é o incentivo governamental para que os modelos movidos a energias alternativas sejam consumados no Brasil.”, salientou Cirano.

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