A Cyrela Brazil Realty está trabalhando com a possibilidade de ter que revisar, pela segunda vez, suas projeções de vendas e lançamentos para o próximo ano, ao mesmo tempo em que se diz confortável para atingir o piso das metas traçadas para o fechado de 2011.
Segundo o vice-presidente financeiro e diretor de relações com investidores da construtora e incorporadora, José Florêncio Rodrigues, a companhia está em processo de revisão de estratégia e, até o final deste ano, tomará a decisão se será necessário revisar as estimativas.
"O que está no 'guidance' hoje está razoável, parece bem adequado. Após a consolidação dos planos de trabalho regionais pode vir esse rearranjo", disse ele a jornalistas, após reunião com analistas e investidores, em São Paulo.
De janeiro a setembro, a Cyrela lançou R$ 4,564 bilhões, o equivalente a 57% do ponto médio da meta para o ano, de R$ 7,6 bilhões a R$ 8,5 bilhões. Quanto a vendas contratadas, a empresa cumpriu 56% do ponto médio dos estimados R$ 6,9 bilhões a R$ 7,7 bilhões para o ano.
"Vamos atingir pelo menos o ponto mínimo dos 'guidances' nas duas pontas", afirmou o diretor de incorporação da companhia, Ubirajara Freitas, acrescentando que, ao contrário de outras empresas do setor, a Cyrela não irá promover descontos para acelerar as vendas.
"Não vamos diminuir nossas margens em prol de uma velocidade (de vendas) maior. Preferimos privilegiar as margens e não vamos adotar nenhuma política de descontos", disse Freitas.
Em março, a Cyrela já havia reduzido as previsões de vendas e lançamentos tanto para este ano quanto para 2012. Para o ano que vem, a estimativa de lançamentos está em entre R$ 8,7 bilhões e R$ 9,8 bilhões e a de vendas, de R$ 8 bilhões a R$ 8,9 bilhões.
CENÁRIO PARA 2012
Segundo Florêncio, a companhia projeta um cenário macroeconômico para o ano que vem similar ao de 2011, o que deve se refletir em crescimento para a empresa, ainda que em menor ritmo.
"Vamos crescer menos, mas crescer organicamente", afirmou, ressaltando a atuação cada vez mais concentrada nos mercados de São Paulo, Rio de Janeiro e na região Sul, "para ter qualidade operacional".
Freitas, por sua vez, assinalou que "se o país crescer de 3% a 4%, o mercado imobiliário em São Paulo cresce de 10% a 15%, porque é um mercado demandado".
"Está existindo uma acomodação, mas o mercado imobiliário está forte... Não vamos ver a mesma velocidade de vendas que em 2009 e 2010", acrescentou.
Ele disse ainda que não vê, em um horizonte próximo, tendência de queda ou acomodação de preços. "Em nenhum lugar do Brasil o preço de terreno cai... não há nada que indique acomodação de preços (de imóveis)".
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