Uma parte do mercado imobiliário deve voltar a direcionar os empreendimentos para clientes de alto padrão, chamados tradicionais, depois de atender por um tempo a demanda da população de menor poder aquisitivo.
De acordo com o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, anos atrás, as incorporações sobreviviam no mercado imobiliário nos segmentos de classes de maior poder aquisitivo, com atuação tradicional em nichos de 3 e 4 dormitórios. No entanto, a ascensão das classes emergentes agregou uma nova e significativa demanda, que fez com que o mercado se voltasse à ela.
“Imóveis considerados econômicos precisam de estrutura empresarial específica, com adoção de tecnologia de produção em escala e até com percepção de redução das margens”, afirma Petrucci, complementando que algumas empresas voltarão a atender o mercado tradicional, de maior poder aquisitivo.
No mercado, conta ele, irão conviver empresas que terão como público-alvo as camadas populares e aquelas que voltarão a buscar mais o mercado tradicional.
Mercado imobiliário
No primeiro bimestre, o mercado imobiliário registrou redução de 38,2% nas vendas na cidade de São Paulo, frente ao mesmo período do ano passado.
Para Petrucci, é prematuro afirmar que este desaquecimento irá se consolidar nos próximos meses do ano, apesar de que em março, com influência do Carnaval, os resultados não devem mostrar a mesma desenvoltura dos anos anteriores.
Ele disse ainda que as medidas tomadas pelo governo para conter a inflação, controlando a demanda, não atingiram o setor, que continua a operar financiamentos imobiliários de forma abundante. Entre as medidas, estão as macroprudenciais tomadas em novembro do ano passado e as para conter a entrada de recursos externos.
Dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) mostram que, em fevereiro, cresceu 72,1% a concessão de empréstimos com recursos das cadernetas, frente ao mesmo período do ano passado, para R$ 5,1 bilhões.
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