Desabastecimento já ocorre em postos sem bandeira, cujos donos costumam repor o combustível no dia em que acaba; reposição está demorando até 48 horas
ARAÇATUBA - Começa a faltar gasolina nos postos de combustíveis do interior de São Paulo. Na região Noroeste, postos de São José do Rio Preto, Araçatuba, Andradina e Valparaíso ficaram sem o combustível por algumas horas nos últimos dias.
O desabastecimento ocorre nos postos sem bandeira, cujos donos deixaram para fazer a reposição do estoque em cima da hora. É que a reposição, que era feita no mesmo dia, está demorando de 24 a 48 horas. "Quem deixar para pedir gasolina no mesmo dia está ficando sem nada na bomba. O correto é o revendedor pedir com dois dias de antecedência", diz Otávio Uchyiama, dono de dois postos, em Andradina e Valparaíso. O primeiro, ficou sem gasolina na segunda-feira. "Ficamos o período da tarde sem o combustível porque a Petrobrás não tinha álcool anidro para fazer a mistura e entregar a gasolina a tempo", disse. Já o posto de Valparaíso ficou sem combustível na quarta-feira porque a distribuidora alegou que a Petrobrás estava sem a gasolina.
Uchyiama, que também é diretor regional do Sindicato do Comércio Varejistas de Derivados de Petróleo (Sinpetro), disse que metade dos 220 postos das 42 cidades da região de Araçatuba é de bandeira branca e quase todos estão enfrentando demora na entrega de gasolina. O desabastecimento ocorre, segundo ele, por conta da migração dos veículos flex do etanol para a gasolina, cuja grande demanda pegou a Petrobrás de surpresa.
De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), desde o início da migração, há cerca de 15 dias, o preço da gasolina subiu R$ 0,30, ou 15% para os donos de postos. "Hoje estamos pagando em torno de R$ 2,50 ou mais o litro para as distribuidoras, mas o preço correto deveria ser R$ 0,15 a menos", disse Uchyiama. Segundo ele, os postos sem bandeira pagam de seis a sete centavos a menos pelo litro. Para Uchyiama, a estabilidade de preços e de abastecimento só voltará no fim de abril, com o início da safra da cana de 2011/2012.
Safra. Em Ribeirão Preto, o início da atual safra de cana-de-açúcar teve ainda pouco reflexo na queda de preços do etanol nas bombas dos postos de combustíveis da cidade, mas isso deverá mudar até a segunda quinzena do mês. "Está alto, mas em 20 dias todas as usinas estarão produzindo e o preço irá cair" diz o diretor regional do Sincopetro, em Ribeirão Preto, Oswaldo Manaia Júnior.
O preço mais alto do litro do etanol na cidade é de R$ 2,30 e o mais barato é de R$ 1,99. "As grandes distribuidoras estão vendendo a R$ 1,99, por isso não caiu mais", compara ele, informando que o consumidor reverteu o consumo dos produtos. Antes vendia-se 70% de etanol e 30% de gasolina nas bombas, mas, agora, os índices são inversos. / COLABOROU BRÁS HENRIQUE
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