Mídia social: o que deu certo e o que deu errado
De um lado, Facebook, Twitter, YouTube, Foursquare e Groupon. De outro, Friedster, LiveJournal e Mobshop
Um relatório da consultoria Custom Communication, reportado pelo Advertising Age, apontou os produtos que fizeram história na construção do atual cenário das mídias sociais em suas várias esferas: blogs, redes sociais, compras coletivas, compartilhamento de fotos e vídeos, geolocalização e outros mais.
Veja abaixo os produtos e serviços que deram muito certo nesse período. E os que não sobreviveram ao tempo. Em cada tipo de serviço existe uma divisão em quatro categorais: o pioneiro, o que virou queridinho da mídia, o que de fato inovou e consolidou o mercado e aquele que promete ser a sensação do futuro.
Blogs
Pioneiro - LiveJournal – fundado em 1999, foi o primeiro serviço a aproveitar a tendência de se ter um diário online. Acabou vendido em 2007 para publishers da Rússia.
Queridinho da mídia - Blogger – fundado por Evan Williams em agosto de 1999, foi comprado pelo Google em 2003 quando os blogs chamavam as atenções da mídia. Segue parte do Google, mas nunca desenvolveu todo seu potencial, muito por conta da mudança cultural dos blogs de textos longos para microbloggings e redes sociais.
Inovador - WordPress - surgiu em 2003 e segue como gerenciador de conteúdo mais popular do mundo.
Futuro – Tumblr. e Posterous – com o advento dos microbloggins como Twitter, modelos híbridos de blog e microblog podem conquistar espaço.
Redes sociais
Pioneiro – Friendster – fundado em 2002, estabeleceu-se como primeira rede social, embora muitos digam que o primeiro foi o britânico Friends Reunited. Após recusar uma proposta de US$ 30 milhões do Google, perdeu espaço.
Queridinho da mídia – MySpace – foi comprada em 2005 pela News Corp por US$ 580 milhões para realizar o potencial de redes sociais dentro do grupo. Agora, a morte está de olho nele. A News Corp tentou transformá-la em uma plataforma global de entretetnimento.
Inovador – Facebook – O Goldman Sachs avaliou a rede social em US$ 50 bilhões e a empresa está prestes a abrir capital, naquele que será o maior evento do setor desde a fusão da AOL com a Time Warner. O que poderia dar errado?
Futuro – Ren Ren – As duas maiores redes sociais da China (sendo a Ren Ren, clone do Facebook, a maior delas) tem mais de 500 milhões de usuários num país onde o Facebook é bloqueado pelo governo. As lições de Friendster, MySpace, Bebo e outros demonstram os perigos de se tentar prever hegemonia online.
Compras coletivas
Pioneiro – Mercata – lançado em 1999, queria revolucionar o e-commerce, ao agregar consumidores para conseguir descontos. A empresa desmoronou com a bolha da internet em 2000 e cancelou seu plano de um IPO na casa de US$ 100 milhões.
Queridinho da mídia – Mobshop – lançado na mesma época do Mercata, com modelo de negócio parecido e um contrato com o governo norte-americano, no setor de compras online. Fechou logo depois do Mercata, mas seus fundadores mantiveram a patente, o que deixou alguns esperançosos em uma volta.
Inovador – Groupon – E essa volta se chama hoje Groupon, que abriu em 2008. Tem 50 milhões de usuários e opera em 35 países, exorcizando os fantasmas deste mercado. Foi chamado pela Forbes de “companhia com crescimento mais rápido em todos os tempos”.
Futuro – Walmart – O Groupon não pode ignorar o único player que também tem grande retorno no modelo de varejo de multidões. O produto CrowdSaver, do Walmart, está crescendo e abraça milhares de compradores a cada semana.
Compartilhamento de fotos
Pioneiro – Picasa – Lançado em 2001 quando subir imagens para a internet era um nicho interessante (e um processo ardoroso, também). Foi adquirido pelo Google e ainda mantém espaço como aplicativo popular do celular Android.
Queridinho da mídia – Flickr – sua integração com a plataforma de blogs ajudou na época áurea dos blogs. Sua preposição é ser mais que um serviço de compartilhamento de fotos, buscando criar uma rede comunitária em torno de si, com sucesso. Não se sabe o quanto ele poderá sobreviver dentro do decadente império do Yahoo.
Inovador – Facebook – seus usuários amam compartilhar fotos, embora às vezes esqueçam de checar seu status de privado. Em seu caminho para o domínio do mercado de fotos, as pessoas escolhem compartilhar via facebook, o que faz as marcas salivarem com o potencial publicitário.
Futuro – Picplz e Instagram – é necessário mencionar o mercado de smartphones. Os dois programas querem ganhar dinheiro em cima de nosso desejo de capturar uma imagem na rua e compartilhar. Eles podem viver ou morrer, mas 2011 parece marcar aa década da revolução mobile.
Integrados de conteúdo
Pioneiro – Del.icio.us – lançado em 2003 se tornou a bíblia para quem queria marcadores de páginas favoritas. Comprado pelo Yahoo, quase sucumbiu a uma crise de identidade da empresa.
Queridinho da mídia – Digg – os marcadores, por volta de 2006, eram considerados a “nova busca” e o Digg tinha um status como o do YouTube e MySpace. Seu fundador Kevin Rose apareceu na capa da Business Week como o homem que fez US$ 60 milhões em 18 meses. No final de 2010, Rose deixou o cargo de CEO e a empresa estaria perdendo dinheiro, embora tenha ainda 8,5 milhões de visitantes por mês. Sua tentativa de ser um curador da mídia e construtor de comunidades jamais rivalizou com o poder das redes sociais.
Inovador – Twitter – não é um serviço típico de marcação de páginas favoritas, mas acaba fazendo isso com sua plataforma de microblogging. Seu senso de comunidade superior torna o site mais relevante para os usuários.
Futuro – Facebook – tem potencial por conta do tamanho de sua rede e pela intimidade das comunidades de amigos. É ótimo para a distribuição de informações, porque a distribuição de links se dá pela confiança pessoal. Pesquisas indicam que ele já é a segunda maior referência de informações na internet, próximo do Google. E o Facebook tem uma arma secreta, o botão “Curtir”.
Compartilhamento de vídeos
Pioneiro – Metacafe – lançado em 2002, com o advento da banda larga em níveis aceitáveis, operava na premissa de ser uma comunidade de compartilhamento de vídeos. Houve uma tentativa de fazer grandes nomes do cinema produzir conteúdo original para a web, mas a comunidade ainda não empolgou.
Queridinho da Mídia – Rocketboom – em 2004, o “vlogging” foi apontado como nova grande tendência. O termo não e o conceito não sobreviveram muito tempo. O site segue vivo, com mas com audiência pequena.
Inovador – YouTube – o futuro do vídeo na internet está em deixar todos nós postarmos vídeos, criando-se o maior arquivo de vídeos buscáveis do mundo. Não foi o precursor nisso, mas o apoio do Google o tornou uma realidade. E ao abraçar a publicidade, não perdeu espaço e deve ter fechado 2010 com seu primeiro lucro.
Futuro – o velho “tubo” perdeu espaço, mas pode voltar graças a tecnologias como HD, e Google e Apple passaram a investir nessa tecnologia dos anos 1920. A publicidade global em televisão corresponde a 41% do mercado, e com os set-top boxes da Google TV e Apple TV, em breve, mesmo as gerações mais novas terão algo legal para ver no grande tubo.
Geolocalização
Pioneiro – Dodgeball – Com a chegada do 3G, o estudante Dennis Crowley desenvolveu em 2000 um programa que permitia mandar texto a vários amigos de uma vez, para dizer onde ele estava e o que estava fazendo. Foi o primeiro esforço de rede social mobile. Foi comprado pelo Google e fechado quatro anos depois, virando o Google Latitude.
Queridinho da mídia – Loopt – lançado em 2005, permitia a uma pessoa saber onde estavam seus amigos assim que saíssem da sala de aula. Três anos depois, Steve Jobs lançou o iPhone 3G e elogiou a ferramenta. Hoje, o Loopt tem 4 milhões de usuários e está disponível em grandes redes mobiles dos EUA, e na internet. Sobreviveu pois permite aos usuários postarem seus updates em redes sociais como Facebook e Twitter.
Inovador – Foursquare – lançado em 2009, passou a oferecer “presentes” para quem fizesse check-in em qualquer lugar. Tem 5 milhões de usuários.
Futuro – Mixi – nasceu em 2004 no Japão e permite à população do país construir comunidades baseadas em seus interesses particulares, além de possibilitar check-ins e uploads. Com 10 milhões de usuários, é a rede social mobile favorita naquele país. Pode não entrar nos EUA.
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