Paulo Giovanni cotado para o comando da Leo Burnett
Empresário é a opção preferida da rede multinacional, embora negociações ainda dependam do aval do Publicis Groupe
O empresário Paulo Giovanni está cotado para assumir o comando da Leo Burnett no Brasil, vago desde o final de setembro do ano passado, quando Renato Lóes anunciou sua transferência para a Dentsu, deixando a presidência da rede na América Latina.
A possibilidade de contar com a experiência de Paulo Giovanni é vista com grande entusiasmo pelo comando global da Leo Burnett, em especial o CEO e chairman Tom Bernardin e o diretor global de criação Mark Tutssel, que estiveram no Brasil em outubro para diversas reuniões sobre o futuro da agência no País. Desde então, eles deixaram a condução das negociações com o vice-presidente de criação Ruy Lindenberg, que responde interinamente pela operação brasileira.
Um dos pontos levados em consideração é o bom relacionamento do empresário brasileiro com a Fiat, principal cliente da Leo Burnett – em especial com o diretor comercial Lélio Ramos. A opção por Paulo Giovanni, que já atendeu a Fiat quando ainda comandava a Giovanni+DraftFCB, resolveria a relação da Leo com o anunciante, que estaria fragilizada.
Conforme informou a coluna Em Pauta, do Meio & Mensagem, em sua edição de 20 de dezembro, chegaram a circular pelo mercado rumores de que a conta da Fiat poderia até mesmo deixar a Leo Burnett rumo à Talent. Ouvido na ocasião, João Batista Ciaco, diretor de publicidade e marketing de relacionamento da montadora, desmentiu qualquer movimentação neste sentido. “Não há plano de mudança no momento”, garantiu.
Apesar do empenho do comando global da Leo Burnett, a negociação com Paulo Giovanni ainda estaria longe do desfecho, até mesmo por envolver participação acionária para o empresário brasileiro. A evolução depende também do aval de Maurice Lévy, CEO do Publicis Groupe, controlador da Leo Burnett e holding multinacional de comunicação que mais investiu no Brasil nos últimos tempos – só no ano passado adquiriu 49% da Talent e da QG, 62% da AG2 (transformada em base da Publicis Modem) e 5% da Taterka; aumentou de 25% para 51% sua cota na Andreoli MSL; e inaugurou os escritórios brasileiros da Razorfish e da S&S X (especializada em shopper marketing).
Embora não confirme a negociação com a Leo Burnett, Paulo Giovanni diz que foi procurado no ano passado por vários grupos multinacionais. Entretanto, garante que atualmente se dedica à montagem da Tailor Made, agência que pretende apresentar ao mercado ainda em janeiro e na qual terá outros quatro sócios, que também serão diretores da operação – segundo ele, não há parceiro internacional neste momento. Sua ideia, expressa na marca da agência, é a de criar projetos sob medida para cada cliente, focados no retorno do investimento dos anunciantes e não dependentes exclusivamente da publicidade.
A Tailor Made marcaria o retorno do empresário à publicidade três anos após sua saída da Giovanni+DraftFCB. Desde então, ele vem se dedicando a suas duas agências atuantes no mercado promocional: Mix Brand Experience e Pop Trade. “Estou aberto a conversas com grupos internacionais, embora meu foco atual seja o lançamento da Tailor Made”, frisa Giovanni.
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