quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Marketing para a nova classe média

Renato Meirelles, do Data Popular, apresentou palestra sobre consumo da nova classe C brasileira durante o MaxiMídia 2011

A classe C brasileira mudou, cresceu e é necessário entender que ela deixou de ser um segmento mercado para se tornar o verdadeiro mercado nacional. Essa é a ideia principal que Renato Meirelles, sócio diretor do instituto de pesquisas Data Popular, procurou mostrar ao público do MaxiMídia Pocket em painel promovido pelo Grupo Folha.

Segundo dados do Data Popular apresentados por Meirelles, a classe C, maioria da população brasileira, inclusive em regiões consideradas mais elitizadas, como Sul (64% da população) e Sudeste (63%), tem poder de compra de R$ 1,03 trilhão, número maior do que o PIB de Portugal, Argentina, Paraguai e Uruguai somados. Isso graças ao aumento do crédito e da renda dos brasileiros que estão situados dentro dessa faixa. No período que compreende 2002 a 2010, o crédito cresceu 457%, enquanto a renda subiu 147%, números que mostram a força da nova classe C.


Além disso, Meirelles fez questão de frisar que a classe média tem cor, gênero e faixa etária bem definidos. Segundo ele, o grupo é composto principalmente por mulheres, negros e jovens, o que representa grande oportunidade de negócios para as empresas.


“Se a maioria da classe C é de negros e mulatos, por que não investir em produtos direcionados para esse público? Quase não vemos produtos para eles. Os jovens dessa classe também merecem atenção, pois eles são os filhos de um grupo que percebeu a importância do estudo em suas vidas. Esses jovens são a porta de entrada de produtos e tecnologia dentro de suas casas”, disse Meirelles.


As mulheres têm importância ainda maior dentro da classe C. Em casa, são elas que decidem o que deve ser comprado quanto a produtos de limpeza, beleza, vestuário, entre outros. Homens casados, da classe C, apontaram, segundo pesquisa, que as mulheres são responsáveis por mais de 80% das compras que são feitas em casa, em algumas categorias de produtos.


“As empresas devem investir em estratégias diferentes para conversar com a classe C. É diferente falar com ela e com as outras classes. Cada uma tem sua particularidade. Para falar com a classe C, as empresas devem apostar no ‘aspiracional possível’, em palavras simples e na emoção. A classe C é mais otimista e os otimistas compram mais, estudam mais e são mais empreendedores”, finalizou.

 

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