terça-feira, 8 de novembro de 2011

“Futebol é muito mais do que chutar uma bola”

Secretário geral da Fifa, Jérôme Valcke, revela preocupação com os preparativos para a Copa das Confederações, em 2013

O secretário geral da Fifa, Jérôme Valcke, esteve na manhã desta segunda-feira, 7, em São Paulo para discutir questões ligadas à Lei Geral da Copa com o relator do projeto, o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP), e com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa, Ricardo Teixeira. Na noite desta segunda-feira eles devem se reunir também com o ministro do esporte, Aldo Rebelo. Entre os temas em debate estão a meia entrada para estudantes e a venda de bebida alcoólica nos estádios. Já nesta terça-feira 8 será a vez dos dois participarem de uma reunião na Câmara dos Deputados, em Brasília, sobre a Lei Geral da Copa.

Reconhecido como o rosto institucional da Copa do Mundo, antes de chegar ao País Valcke falou ao
Meio & Mensagem sobre os preparativos do Brasil para o torneio. Segundo ele, a relação com o governo vai bem e as obras estão a contento. A urgência, agora, é que as cidades escolhidas como sede da Copa das Confederações, em 2013, estejam definitivamente prontas.

Para Valcke, é necessário, nesse momento, garantir que as obras paralelas aos estádios, principalmente as de mobilidade urbana, estejam prontas para receber os turistas e torcedores. Esse tem sido o ponto de maior preocupação da Fifa em relação aos governos locais e federal.


*Por Rodrigo Manzano

Meio & Mensagem ›› Como a Fifa avalia, atualmente, a relação com o governo federal brasileiro e com os governos locais das cidades-sede de realização da Copa 2014?
Jérôme Valcke ›› Ambos, Fifa e governo, entendem e compartilham do que é necessário para organizar uma Copa do Mundo bem-sucedida em 2014. Tive uma boa reunião com a presidente Dilma Rousseff, algumas semanas atrás, em Bruxelas, e não houve um único momento de tensão entre nós. Não temos dúvida de que, juntos, a Fifa e o Brasil organizarão a Copa. A presidente Dilma tem muito trabalho antes de 2014: dirige a sétima maior economia do mundo, precisa lidar com a crise econômica e as questões da União Europeia e tantas outras coisas. Mas ela, claramente, sabe que é muito importante organizar uma Copa de sucesso no Brasil em 2014.

Meio & Mensagem ›› Qual é a percepção da Fifa sobre o andamento das obras dos estádios nas 12 cidades-sede?
Jérôme Valcke ›› Para a Copa do Mundo 2014 não tenho sequer uma preocupação em relação aos estádios, a maioria estará terminada em dezembro de 2013, o que nos permite tempo suficiente para eventos-teste. Temos algumas preocupações a respeito da Copa das Confederações em 2013. É por isso que decidimos esperar até junho de 2012 para decidir se vamos utilizar, neste importante ensaio geral para a Copa do Mundo, quatro ou seis cidades.

Meio & Mensagem ›› Qual foi a sua impressão nas visitas recentes às cidades-sede?
Jérôme Valcke ›› Ainda há muito a ser feito, mas todas as cidades estão muito ansiosas para receber a Copa do Mundo. Os aspectos fundamentais, agora, concentram-se em assegurar que teremos a infraestrutura necessária em volta dos estádios para permitir que as seleções, as equipes de trabalho e, mais importante, os torcedores consigam se locomover facilmente tanto nas cidades quanto entre elas para assistir às partidas e ter uma experiência inesquecível. Isso envolve desde capacidade aeroportuária até acomodações adequadas, que devem ser acessíveis para torcedores do mundo todo e para os brasileiros. Esta é nossa maior preocupação, agora.

Meio & Mensagem ›› Depois da África do Sul, a Fifa escolheu o Brasil como sede. Em 2018 e 2022, Rússia e Qatar serão sedes. A escolha de países emergentes sinaliza alguma tendência?
Jérôme Valcke ›› Futebol é muito mais do que chutar uma bola, tem uma dimensão sócio-cultural única em todo o planeta. O futebol conecta pessoas. Não tem fronteiras. A decisão de enviar as Copas de 2018 e 2022 para países e regiões que nunca tiveram a chance de hospedar eventos da Fifa está diretamente ligada a essa filosofia.
Meio & Mensagem ›› Que característica do Brasil é única e exclusiva e agrega algo novo à experiência da Fifa com os torneios mundiais?
Jérôme Valcke ›› Podemos sentir que o futebol é o coração pulsante do Brasil, um país de alegria e celebração, abençoado com belezas naturais e uma economia em expansão. Por tudo isso, a Copa do Mundo será uma experiência muito especial no país que foi cinco vezes campeão mundial. A qualquer um que falamos, fora do Brasil, sobre a Copa de 2014, todos querem estar no país e não perder essa chance única de, pessoalmente e no próprio local, experimentar a paixão brasileira por futebol e o modo como o país celebra.

 

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