sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Flytour investe R$ 40 mi e acirra disputa no ramo de viagens

Presidente da nova operadora afirma não estar preocupado com a recente valorização do dólar. A empresa nasce com atuação em 16 estados

O Grupo Flytour resolveu atuar diretamente, e não mais via terceiros, no cada vez maior mercado nacional de turismo. Acaba de ser criada a Flytour Viagens, através de um aporte de mais de R$ 40 milhões feito pela organização. Os produtos da operadora começarão a ser comercializados no 1º semestre de 2012. “A partir de agora iniciaremos as negociações com todos os fornecedores, tais como companhias aéreas, locadoras, hotéis, receptivos e empresas do setor marítimo. Dentre os destinos a serem disponibilizados estão todo o Brasil, América do Sul, Caribe, México, Europa, Oriente Médio, Estados Unidos, Canadá, Norte da África e África do Sul”, conta Michael Barkoczy, presidente da nova companhia.

Ele revela também que a Flytour Viagens tem uma meta ambiciosa: “Queremos ocupar entre 18% e 20% de market share no setor nacional de lazer nos próximos 5 anos”. Outro objetivo ousado dos profissionais da empresa é ultrapassar a cifra de R$ 3,5 bilhões de faturamento e 2 milhões de pacotes de viagem vendidos até 2016.

Atualmente, o Grupo Flytour possui mais de 5 mil agentes de viagem cadastrados. “Nossa presença geográfica ampla será um grande diferencial. A Flytour Viagens já nasce com mais de 20 escritórios próprios para o atendimento completo aos agentes”, frisa Barkoczy.

Dólar

O momento é delicado para a atividade de turismo internacional no Brasil. Acostumados já há um bom tempo com a moeda nacional, o Real, sobrevalorizada, os turistas brasileiros se assustaram no último mês com a escalada do dólar. A divisa americana chegou a oscilar entre R$ 1,90 e R$ 1,95 no período. Mas Barkoczy não acha que haverão menos excursões para fora do País por este motivo. “O mercado brasileiro continua aquecido tanto para viagens nacionais quanto para aqueles que desejam ir ao exterior. Acredito que, caso o dólar não ultrapasse a barreira dos 2 reais, tudo ficará exatamente como está”, diz ele.

Mas, mesmo que venha a afetar o turismo externo, a queda do Real poderá ter por efeito atrair mais visitantes estrangeiros ao nosso País. A hotelaria nacional já responde a esta possibilidade. A quantidade de leitos nos hotéis da Região Metropolitana de Belo Horizonte, por exemplo, irá crescer em cerca de 60% até a Copa do Mundo de 2014. Estão em construção na capital mineira 28 novos estabelecimentos, e outros 17 empreendimentos encontram-se na reta final do processo de licenciamento. Mas os executivos da nova divisão do Grupo Flytour veem com cautela as chances de negócios que devem acompanhar o campeonato mundial de futebol e as Olimpíadas que se darão aqui (esta última em 2016).

“Os eventos da Copa e dos Jogos Olímpicos no Brasil serão curtos. A maior maximização de faturamento e lucros se dará na verdade depois que eles ocorrerem”, explica Barkoczy. “As melhorias estruturais que acontecerão após esses jogos darão ao mercado melhores condições para que a indústria do turismo colha grandes frutos e aumente assim o movimento no setor. Vamos ter melhores rodovias, melhor transporte, etc., após a Copa e as Olimpíadas.”
Divisões


O Grupo Flytour, origem da nova operadora de viagens, faturou R$ 2,8 bilhões em 2010 e projeta atingir uma receita de R$ 3,1 bilhões ao final de 2011. Está estruturado em três grandes divisões: a Flytour Travel Solution (dedicada à distribuição de soluções de negócios para os agentes de viagens, tais como portal multi GDS para reserva e emissão de bilhetes aéreos, atendimento em aeroportos, site B2C para vendas on-line do agente de viagem, seguro viagem e atendimento emergencial 24 horas, etc.); a Flytour American Express Business Travel (especializada no gerenciamento de despesas de viagens corporativas. Esta divisão, no final de 2007, adquiriu as operações da American Express Business Travel, ficando também responsável pelo atendimento aos clientes da mesma no Brasil, o que a tornou líder na gestão de viagens a negócios); e a Flytour Franchising (focada na gestão de franquias e expansão da rede em todo o Brasil através do licenciamento da marca).

Concorrência

O presidente da CVC (maior operadora de viagens do País), Valter Patriani, afirmou durante jantar na quarta-feira que sua empresa deverá crescer entre 18% e 20% em 2011, na comparação com 2010. A respeito da concorrência (em especial da Trend Operadora e da própria Flytour Viagens), o executivo mostrou-se tranquilo, afirmando que se trata de uma disputa saudável e que existe espaço para todos no setor. Segundo o dirigente, no entanto, a CVC conta com o diferencial de estar consolidada tanto no mercado de turismo quanto na lembrança dos consumidores quando o assunto é viagem de lazer. Em termos de comprador final de pacotes, acredita Patriani, o nome CVC é extremamente sólido.

 

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