segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Nissan March começa briga no Brasil oferecendo trio de benefícios

A Nissan quer crescer no Brasil -- e no mundo, chegando a 8% de participação no mercado automotivo até 2016. A constatação gera uma outra questão: quanto? A julgar pela postura dos executivos da marca durante o lançamento no compacto March, nos Estados Unidos, fica claro que a fabricante japonesa quer o tamanho suficiente para incomodar as atuais quatro grandes: Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford.


Por mais megalomaníaco que possa parecer, o plano para chegar lá passa pela presença de um produto que a Nissan não tinha em seu portfólio: um carro de volume. Esse é o papel do March, o "popular japonês" fabricado no México que a marca escolheu para começar sua virada em nosso mercado. Em breve, o pequeno deverá ganhar a companhia do sedã Versa em sua luta. Mas essa é outra história. Por ora, o hatch constrói sua trajetória baseado em três características principais: espaço, economia e
equipamentos de série.A história é conhecida e já foi utilizada como slogan de uma concorrente, mas não seria exagero dizer que o March é "pequeno por fora, grande por dentro". O que mais impressiona no interior do compacto é o espaço que sobra para a cabeça. De acordo com os engenheiros da Nissan, o teto foi construído de forma a ser leve e fino. Deu certo.

O espaço é bom também para as pernas e ombros. Tanto os ocupantes da frente quanto os de trás -- quatro, ao todo -- se acomodam sem problemas, com um bom nível de conforto. O preço disso é pago na capacidade do porta-malas. São 265 litros, volume apenas razoável. Em todo caso, quem sempre precisa de espaço grande para as bagagens não voltará as atenções para um compacto.


Outro ponto negativo está no comprimento dos assentos dianteiros, que são um tanto curtos. Os bancos apoiam bem o corpo, mas essa característica torna o ato de dirigir mais cansativo, até que o motorista se ajeite no banco. Falando nisso, a alavanca que controla a inclinação do encosto exige algum malabarismo.


O segundo apelo do March são seus itens de série. Aqui, o destaque todo vai para um equipamento que ninguém quer usar: o airbag duplo, presente desde a versão mais barata. O computador de bordo, sem dúvida, é útil, porém os demais equipamentos (ar quente, conta giros e ajuste de altura do banco do motorista) deveriam vir de série em qualquer carro. Mesmo sem justificar o alarde da Nissan, tais itens fazem com que o March passe longe de adjetivos do naipe de "pelado" -- mais pela negligência dos rivais do que por mérito seu. Ponto para o compacto.


PRIMEIRAS IMPRESSÕES
UOL Carros
teve a oportunidade de dirigir o March num curto test-drive de cerca de 30 quilômetros, nos arredores de San Diego, na Califórnia. A versão avaliada estava equipada com motor 1.0 de 16 válvulas, já conhecido da gama "barata" da Renault no Brasil, de 74 cavalos de portência (etanol/gasolina).

O desempenho do carrinho, auxiliado pelo seu baixo peso (de 925 kg), é bom. O March não negou fogo quando provocado e, se obviamente não é emocionante como um Nissan GT-R (superesportivo exposto pela marca em seu centro de design com status de obra-prima), não decepciona em nenhum momento.


O câmbio de cinco marchas tem relações mais curtas nas primeiras velocidades, característica que ajuda na hora de acelerar. A alavanca tem engates fáceis. O March também se mostrou ágil em mudanças de direção; e a suspensão copia bem o asfalto, mas não é rude com os ocupantes. É um carro estável e eficiente em curvas.


Terminado o test-drive, o March mostrou a maior qualidade da trinca: a economia. Abastecido com gasolina e cumprindo trechos urbanos, subidas e passagens por rodovias, o computador de bordo apontava a marca de 14 km/litro. Isso mostra que a Nissan quer que o March invada as ruas brasileiras -- mas não os postos de gasolina.

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