quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Como as marcas estão se aproximando da cultura pop

Fã do Comic-On, de Tim Burton e atual viciado na série Game of Thrones, o co-fundador da The Alchemists, Maurício Mota, foi um dos "culpados" pela chegada da narrativa transmídia - ou transmedia storytelling - no Brasil.


A estratégia, pela qual se pode contar uma história integrando diferentes meios - internet, revistas e TV, por exemplo - enche cada vez mais os olhos de marcas como Coca-Cola, Unilever, Nokia, Vivo e Volkswagen, que já a incorporaram.

Na terceira entrevista da série Insight, o empresário e contador de histórias fala sobre o futuro do entretenimento no país, a supervalorização do digital e a aproximação das marcas com o mundo pop.
EXAME.com – O que é narrativa transmídia?
Maurício Mota - É uma nova maneira de contar histórias, que permite usar o melhor de cada meio ou plataforma. Precisa-se de, no mínimo, três meios. Com isso, é possível fazer tudo que no passado não era. 
EXAME.com - No Brasil, você é um dos pioneiros. Como essa história chegou aqui?
Mota - Eu venho de uma família de escritores. Sou neto de Nelson Rodrigues, então temos isso muito vivo. Criei meu primeiro projeto aos 14 anos. Por causa dele, fui convidado pelo Henry Jenkins - um dos papas da narrativa transmídia - para participar de um evento sobre o futuro do entretenimento no MIT (Massachusetts Institute of Technology). A The Alchemists nasceu lá. O Mark (Warshaw) estava apresentando o projeto de Heroes, e resolvemos criar um blog chamado “Os Alquimistas estão chegando”, que deu origem à empresa. 
EXAME.com - O que aproximou a narrativa transmídia da publicidade?
Mota - As marcas querem fazer cada vez mais parte da cultura pop, porque isso envolve mais as pessoas. Fazer isso com uma narrativa integrada é a melhor maneira de estar presente na vida das pessoas de uma forma envolvente e consistente.
EXAME.com - Existem marcas mais suscetíveis à lógica da narrativa transmídia ou é possível criar projetos para qualquer marca ou produto?
Mota - Nem toda marca tem maturidade suficiente pra criar conteúdo próprio. Também não é qualquer marca que precisa de transmedia storytelling. Mas é claro que para se ter um bom projeto, precisa-se ter uma boa marca. Se você fizer uma boa história e o produto for ruim, não rola. É propaganda enganosa.

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