sexta-feira, 10 de junho de 2011

Governo transforma artesanato em marca

Ministério do Desenvolvimento lança selo para qualificar o artesanato nacional

O Ministério do Desenvolvimento vai lançar um selo para certificar o artesanato brasileiro, que desperta a atenção de marcas dos mais diversos segmentos como alternativa para ganhar diferenciação internacional. De acordo com informações publicadas na edição dessa sexta-feira, 10, pelo jornal Folha de S. Paulo, o Ministério do Desenvolvimento pretende ampliar para todo o País a abrangência do programa, que já cadastrou 60 mil artesãos. O objetivo é ganhar volume de produção e transformar o artesanato brasileiro numa marca.

Garrafas plásticas viram tecidos, redes de pesca transformam-se em bolsas, carteiras, entre outros acessórios, capazes de conter o avanço dos importados, especialmente os chineses. A busca por diferenciação por meio da criatividade já é um negócio rentável para o setor de moda. A carioca Ciclo Ambiental, por exemplo, fabrica 10 mil peças confeccionadas a partir de tecidos produzidos com garrafas PET. Outro exemplo é o estilista Marcelo Toledo, que combina garrafas PET e couro vegetal para criar roupas e acessórios.

A arte é a solução

O artesanato pode ser uma alternativa para compensar a falta de escala de produção, qualidade de produto e inovação na matéria-prima da indústria têxtil e de confecções do Brasil, que tem recorrido às importações para tentar acompanhar a velocidade de crescimento do varejo de vestuário. Juntos, os fabricantes nacionais divididos entre a indústria têxtil (tecelagens e produtores de fios) e de confecções acumularam 73,5% das importações em 2010, o equivalente a US$ 3,72 bilhões. Já os confeccionados, representam apenas 26,36% do total das importações, o que corresponde a US$ 1,36 bilhão.

A Abvtex (Associação Brasileira do Varejo Têxtil) alerta para a importância de se evitar a adoção de barreiras às importações, medidas que, ao invés de proteger a indústria nacional, provocariam um impacto negativo em toda a cadeia têxtil, já que as importações é que estão ajudando a indústria a abastecer o varejo. A demanda por qualidade e preço é cada vez mais premente e os investimentos em modernização do parque industrial e capacitação de mão de obra só devem acontecer a médio e longo prazos. De acordo com a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções), o setor faturou US$ 52 bilhões em 2010, o que corresponde a uma média de 9,8 bilhões de peças confeccionadas ao ano. São mais de 30 mil indústrias divididas entre cerca de 40 pólos de confecção espalhados por todo o País. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro concentram 53% da produção. Paraná e Santa Catarina respondem por 25% do volume e o restante fica distribuído entre as demais regiões.

 

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