sexta-feira, 13 de abril de 2012

Brasil vai contra a onda dos carros verdes

Sem modelos elétricos à venda e com apenas dois híbridos importados, país apela a recursos simples para reduzir o consumo de combustível de seus modelos

FotoCarsale - Em todo o mundo os índices de poluição nunca foram tão altos. E nos grandes centros urbanos a situação é alarmante na maioria dos casos. No Brasil, temos como exemplo a cidade de São Paulo, que registrou no último ano os piores índices de poluição desde 2003, segundo dados da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). E não há como negar que a frota de veículos da região – cerca de 7,18 milhões de carros – tem uma grande parcela de culpa por esta situação.

A grande questão globalmente discutida no momento é como amenizar este cenário. Já se sabe que reduzir o número de carros nas ruas está fora de questão. Ao contrário, aqui no mercado brasileiro, por exemplo, estima-se que o volume de veículos a serem vendidos até o final do ano irá superar entre  4% e 5%  a quantidade atingida em 2011.

Como alternativa, em diversas partes do mundo, fabricantes trataram de incluir em seus portfólios de produtos carros que utilizam tecnologias “amigas do meio ambiente”. Assim, países da Europa, Estados Unidos, entre outras regiões vivem uma era em que carros elétricos e híbridos já fazem parte da realidade. No Brasil, por sua vez, esse assunto ainda é coisa para o futuro: por aqui, os elétricos, sequer existem e os dois únicos modelos híbridos à venda registraram volumes irrisórios.

No caso do Ford Fusion Hybrid, oferecido por R$ 133.900, as vendas em 2011 foram de 175 unidades, enquanto o Mercedes-Benz S 400 Hybrid, que custa R$ 367 mil, somou 44 exemplares. Para se ter uma ideia, considerando apenas o mês de fevereiro, nos Estados Unidos foram vendidos 36.222 carros híbridos. Fazendo uma leitura de uma outra forma, quer dizer que, com um volume anual de 219 unidades, levaríamos longuíssimos 165 anos para atingir a quantidade de carros híbridos comercializada em apenas um mês no mercado americano.

Ecocarros no Brasil



Enquanto não chega a era dos elétricos, os consumidores brasileiros têm a disposição veículos equipados com tecnologias modestamente ecológicas. É o caso de versões desenvolvidas com o objetivo de consumir menos combustível, que consequentemente faz com que o volume de poluentes despejados na atmosfera também seja reduzido.

Nesse sentido, Fiat e Volkswagen possuem produtos semelhantes. São as versões mais econômicas de seus carros mais vendidos, a dupla Novo Uno e Mille na configuração Economy e o Gol na Ecomotion (o “bolinha”, de quarta geração). Com exceção do Novo Uno, que conta com pneus feitos para gerar menor resistência ao atrito, alterações na aerodinâmica e suspensão modificada, os outros dois conseguem alcançar este feito devido à ausência de equipamentos, como ar-condicionado, direção hidráulica, entre outros. Outro modelo “verdinho” da Volks é o Polo Bluemotion. Este já possui acertos mais refinados, que incluem até ajustes na central eletrônica e nas relações de marchas.

Mais evoluídos ainda, nesse sentido, são os modelos da Mercedes-Benz que levam o sobrenome BlueEfficiency. Essa é a designação escolhida pela marca alemã para caracterizar os carros que contam com uma série de alterações com o objetivo de consumirem e poluírem menos. São comuns a estes carros os motores com injeção direta de combustível (CGI), alterações aerodinâmicas, pneus com menor resistência ao rolamento, utilização de materiais mais leves no motor e alterações no diferencial – tudo isso, sem abrir mão do desempenho característico dos veículos da marca da estrela de três pontas.

Subindo alguns degraus na escala de valores, alguns contam com um sistema chamado start/stop, que também tem a função de diminuir o consumo. Nestes casos, quando o veículo fizer alguma parada breve, como em um semáforo, o motor é desligado. Mas quando o motorista deixa de acionar o pedal do freio, o motor volta a funcionar normalmente. Exemplo de carros que já contam com o recurso são o sedã Série 1 e o utilitário X3, ambos da BMW, além do compacto Smart da Mercedes-Benz, todos importados.
 

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