sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Fragmentação ainda assombra o Android, que completa quatro anos

Neste sábado (5), o anúncio oficial do Android pelo Google completou quatro anos.
Sistema operacional móvel mais popular do mundo, ele tem muito a comemorar, mas uma palavra ainda o assombra: fragmentação.

Editoria de Arte/Folhapress
Na semana passada, o Google revelou que a versão Gingerbread (2.3.x), anunciada em dezembro de 2010, finalmente se tornara a edição mais popular do sistema.
Duas semanas antes, a empresa havia anunciado uma nova versão do sistema, a 4.0, de codinome Ice Cream Sandwich (sanduíche de sorvete).
Proprietários de celulares com Android ainda não sabem se poderão desfrutar das novidades da versão 4.0, como o destravamento por reconhecimento facial e a interface recauchutada.
Como os fabricantes e as operadoras de celular são livres para modificar o Android, fica a critério delas se os aparelhos receberão atualizações ou não --diferentemente da Apple, que controla esse processo no iPhone.
A exceção no mundo fragmentado do Android é a linha Nexus, cujos aparelhos levam a marca do Google e recebem atualizações diretamente da gigante das buscas.
No mês passado, porém, proprietários do Nexus One, anunciado em janeiro de 2010, receberam com frustração a notícia de que o aparelho não receberá a versão 4.0.
Sites de tecnologia lembraram, como contraponto, que o iPhone 3GS, nove meses mais velho que o Nexus One, está habilitado a rodar o iOS 5, a versão mais recente.
Assim como o Google, a Microsoft licencia o Windows Phone para diversos fabricantes, mas detém o controle sobre as atualizações --todos os aparelhos lançados até hoje são compatíveis com a versão mais recente, a 7.5.
SITUAÇÃO
O blogueiro Michael DeGusta criou um infográfico com os aparelhos com Android à venda nos EUA e as atualizações que eles receberam. "Comparei essas datas e versões às edições mais novas do Android à época. O resultado não é bonito --bem, não para usuários do Android", escreveu.
Um caso exemplar no Brasil foi o do Milestone, da Motorola. Lançado com a versão 2.0 em 2009, ele ganhou atualização para a 2.1, mas a empresa anunciou que o aparelho não receberia a 2.2, já que apenas 10% dos usuários haviam feito o update anterior.
Diante da mobilização de usuários na internet, porém, a empresa voltou atrás e liberou a versão 2.2. Mas parou por aí: o aparelho não receberá mais atualizações.
O celular mais recente da Motorola com Android, o Razr, será atualizado para a versão 4.0.
OUTRO LADO
Questionada pela Folha sobre o assunto, o Google enviou a seguinte nota:
É preciso fazer uma distinção entre "fragmentação" e "legado". Fragmentação, de um modo bem simplificado, seriam diversos sistemas rodando sobre uma base de software, como o Linux, que possui Ubuntu, Fedora etc. e não são compatíveis entre si. Já o legado são os sistemas que ficam obsoletos depois que uma nova versão de software se torna disponível. Dito isso, mais de 85% dos usuários rodam Android 2.2 ou versões mais novas, o que significa que a maioria deles está com versões mais novas do sistema operacional. Se contarmos o Android 2.1, esse número sobe para 97%. Nós não acreditamos em fragmentação --este é o passo de inovação do Android. O que acontece são que os dispositivos mais antigos algumas vezes não suportam atualização devido a seu hardware --e isso é o que chamamos de legado.

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