segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Como Facebook, Plus tem páginas corporativas, talvez tarde demais

Lançado na segunda-feira, dia 7 de novembro, o Google+ Pages, páginas para empresas no Google+, já deu o que falar no mundo da tecnologia. Bastante semelhante às páginas corporativas do Facebook, a novidade motivou declarações de Mark Zuckerberg, resposta do Google e muitas análises sobre o futuro do Plus na mídia internacional especializada. Com 40 milhões de usuários contra os 800 milhões do Facebook, o Google + ainda divide opiniões: alguns acham que ele pode engrenar nos próximos meses, talvez ano, outros já o declararam morto.

Na terça-feira, em entrevista ao jornalista Charlie Rose, da rede PSB, Mark Zuckerberg alfinetou o Google ao dizer que o concorrente tentou criar "sua pequena versão do Facebook". O gigante das buscas, por sua vez, não deixou por menos, e respondeu que o Google "estava muito satisfeito em ser subestimado", como disse Bradley Horowitz, vice-presidente de gerenciamento de produto, à repórter Emily Chang, do Bloomberg. Participando do Monaco Media Forum, o diretor de negócios do Google afirmou, de acordo com o The Telegraph, que o Google+ não é uma rede social, ao menos para a empresa de Moutain View.
"É uma plataforma que nos permite trazer elementos sociais para todos os serviços e produtos que oferecemos. Você vê o YouTube entrar no Google +, você já viu o Google+ com 'conexão direta' entrar em nosso negócio de busca. Estamos tentando ter certeza de que usaremos sinais sociais em todos os nossos produtos ... Não se trata apenas de reunir pessoas em um site e chama-lo de rede social", disse o executivo nesta semana. No mesmo evento, ele reconheceu que existem características do Plus que concorrem com características da rede social de Zuckerberg.
Declarações à parte, a questão é que o surgimento da página para empresas deixa o Google+ ainda mais próximo do Facebook. O site Inside Facebook afirma que os perfis corporativos do Google+ parecem habitar uma cidade fantasma se comparados aos anúncios em forma de aplicativos, mas o básico está lá. Há, como no Facebook, um mural em que a marca pode postar "o que há de novo" em vídeo, foto, texto, anexos e check-ins baseados em geolocalização. Mas é claro que há diferenças a serem destacadas, como a possibilidade de criar um vídeo e uma conversa através do Hangouts entre pessoas de um mesmo círculo, isto é, uma videoconferência ao vivo.
Além dos Hangouts, há a funcionalidade anunciada também na segunda-feira, o Direct Connect, ou conexão direta em português, que facilita a busca pelo Google em páginas da sua rede social. Outra distinção dos perfis corporativos apontados pelo site TechCrunch da rede do Google são as diretrizes, o que as marcas podem ou não fazer. A política do Google sobre promoções é notavelmente diferente da do Facebook, onde concursos são permitidos assim que a empresa aderir à política do site. Um dos requisitos do Facebook é que eles devem ser administrados dentro dos apps da rede social. Já o Google + parece não querer nenhum envolvimento com qualquer questão legal.
Para o TechCrunch, a escolha do Google de não abrir espaço para promoções e concursos pode significar que a rede não está pronta para lidar com a sobrecarga, spams e possíveis fraudes que tais ações podem trazer. Ou pode ser também reflexo de uma visão do Google sobre o Plus, de que no seu projeto o usuário não vai "curtir" uma marca, ou colocá-la num círculo com o objetivo de ganhar ou concorrer a algo, mas de realmente conversar e se relacionar com a empresa na internet.
Em artigo dessa semana, intitulado "Google + is dead", ou em português, o Google+ está morto, o site Slate diz que o lançamento das páginas corporativas foi feito tarde demais. Num passado não muito distante, quando as empresas estavam querendo criar páginas de suas marcas no Google+ ou perfis de usuários com pseudônimos, o gigante da busca não se adaptou às necessidades. Pelo contrário, fechava esse tipo de página e excluía perfis. "Se o Google não estava pronto para as páginas de marcas no verão nos Estados Unidos, não deveriam nem ter lançado o Google+ até que estivesse", afirma o artigo.
Desta forma, aponta o Slate, o Google+ causou uma má primeira impressão quando se sabe que o verdadeiro teste para o sucesso de uma rede social é o que as pessoas fazem com ela após a adesão, não o ato que 40 milhões fizeram de entrar para o Plus. E é por isso mesmo que talvez seja melhor para o Google não querer ser um concorrente do Facebook, rede social que mais cresce no mundo, mas outra coisa, como dizem seus executivos.

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