quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Para Tim, é cedo fazer leilão do celular 4G em 2012

residente da empresa defende que o leilão de 4G seja postergado para daqui dois ou três anos, quando o percentual de assinantes no Brasil que utilizam 3G deve chegar a 50%.

O presidente da Tim, Luca Luciani, defendeu nesta terça-feira (13/9) a postergação do leilão das faixas de frequência de 2,5 GHz, que serão utilizadas para a prestação de serviços de quarta geração de telefonia celular (4G).
A previsão é que a licitação seja realizada até abril de 2012, segundo o conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende. E o governo espera contar com o 4G como alternativa de acesso à internet durante a Copa do Mundo.
Luciani defende que o leilão de 4G seja postergado para daqui dois ou três anos, quando o percentual de assinantes no Brasil que utilizam 3G deve chegar a 50%, mesmo índice que mercados desenvolvidos como Estados Unidos e Canadá apresentam hoje.
"O 3G só tem três anos no Brasil e é usado por pouco mais de 10% da base de assinantes. Precisamos de mais velocidade na ponta no laboratório ou em todo o país? É melhor pagar bilhões em uma licença ou desenvolver internet na Amazônia?", questiona.
De acordo com Luciani, a sobreposição de tecnologias é algo caro, complexo e que não ampliará o acesso dos brasileiros à internet, até porque os smartphones 4G precisam ser compatíveis com pelo menos quatro faixas de frequência, o que eleva o preço dos dispositivos.
O presidente da Tim acrescenta que existem tecnologias já disponíveis no mercado que podem ser utilizadas como alternativa ao 4G durante a Copa do Mundo. É o caso do Wi-Fi, que permite a criação de pontos de conexão à internet, popularmente chamados de hotspots.
"Haverá demanda na Copa e ela será concentrada. Dá para resolver o problema de concentração de tráfego. Há tecnologia mais barata disponível para isso do que o 4G", afirma Luciani.
A operadora italiana, inclusive, deu início a um projeto para desenvolver hotspots, a partir dos quais seus clientes poderão se conectar à internet. Luciani não quis detalhar a iniciativa, mas disse acreditar que os pontos podem ficar localizados em áreas com grande concentração de pessoas, como comunidades em morros cariocas, e não apenas em aeroportos e cafés, onde hoje é possível encontrar os pontos Wi-Fi.
"Cada lugar com concentração de pessoas pode ser bem-servida com Wi-Fi", diz o executivo. O uso de hotspots é uma estratégia usada por operadoras no exterior, porque esses pontos funcionam como áreas de descarga da rede móvel, tirando tráfego da rede quando o cliente não está em movimento.
Tecnicamente, faixas de frequência altas, como é o caso do 2,5GHz, exigem mais investimentos das operadoras em equipamentos. Segundo Luciani, o 2,5GHz exige cinco vezes mais antenas do que o 700MHz, que também pode ser utilizado para a oferta de serviços 4G.
No entanto, esta faixa de frequência atualmente é ocupada por radiodifusores e só deve começar a ser desocupada a partir de 2016, com a migração para o sistema digital.
"As empresas querem antecipar a discussão sobre o 700MHz porque essa faixa é mais eficiente (do ponto de vista de investimentos)", rebate Rezende, para quem não há chance de postergar a licitação de 2,5GHz.

João Rezende concorda que é preciso discutir a desocupação da faixa de 700MHz, mas diz que ainda não é a hora. E admite que o tema traz à tona um embate, mais do que técnico, político.
"Não é hora de discutir 700MHz. Ainda temos que criar regras de incentivo à digitalização. Depois da licitação do 2,5GHz é hora de começar a estudar os 700MHz", completa.
O presidente da Oi, Francisco Valim, avalia que é preciso ter uma visão mais completa do planejamento da Anatel para serviços de quarta geração, o que envolve as faixas de frequência de 2,5GHz, 700MHz e 3,5GHz.
"O debate extrapola a questão da frequência, trata-se de uma política macro para o 4G. É preciso planejar o 4G", pondera.
"Falta entender o que vai ocorrer no horizonte do tempo com o conjunto das frequências", ressalta.
João Rezende não acredita que o apetite das operadoras para participar do leilão de 2,5GHz diminuirá, porque essa faixa de frequência é importante em função da demanda do mercado.
"A empresa que não tiver banda vai se atropelar". Pelo planejamento da Anatel, a faixa de frequência será dividida de modo a ser ocupada por no máximo quatro operadoras.
TV a cabo fora dos planos
De acordo com o presidente da Tim, a empresa não tem interesse em prestar serviço de televisão a cabo e não vai solicitar à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) novas outorgas para a prestação do serviço.
Segundo Luciani, a Tim planeja uma oferta de vídeo utilizando a rede da AES Atimus, cuja aquisição foi anunciada em julho. A aposta da empresa é em uma TV via Web e gratuita, que será desenvolvida por meio de parcerias com empresas como Netflix, por exemplo.
"Não acreditamos numa oferta próprio. Nosso trabalho é fornecer conectividade", diz.

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