sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Construção: escassez de profissionais pede inovações


Em função do bom momento econômico do setor, que na região Metropolitana de São Paulo cresceu 26,7% em 2010, comparado com 2009, as áreas de arquitetura e a construção civil sofrem com a falta de mão de obra especializada. Para contornar a situação e manter o cronograma de lançamentos e entrega de empreendimentos, as incorporadoras devem investir em inovações tecnológicas para o sistema construtivo, diz a arquiteta Renata Marques.


Como gerenciadora de projetos, Renata Marques vem participando em empreendimentos imobiliários para os quais foram adotadas soluções tecnológicas inovadoras. Mas, no aspecto geral, a profissional diz que ainda há um grande espaço entre a adoção de práticas racionais e o que realmente ocorre.


“Se considerarmos o nível de tecnologia empregada na execução dos empreendimentos, de maneira geral, percebe-se que o setor está atrasado, se comparado a outros segmentos da economia. O Brasil continua utilizando métodos muito tradicionais. Ainda se constroem arranha-céus assentando tijolo por tijolo, ou com o uso de escoras de eucalipto”, comenta a profissional.


A arquiteta diz que as inovações tecnológicas, além de gerar agilidade na construção, contribuem para obras mais limpas e sem riscos. “O fato é que o mercado da construção civil precisa buscar caminhos alternativos para o problema da escassez de mão de obra qualificada. Este problema exige solução que passa por identificar e praticar inovações que permitam maiores índices de produtividade para execução dos serviços necessários à construção de edifícios”, opina.


Projetos que adotam banheiros prontos, fachada pré-moldada e estrutura metálica são exemplos de soluções citadas por Renata Marques, as quais partem da premissa de pré-fabricação, fora do canteiro de obras.


“No entanto, podemos destacar o uso de soluções que geram grande melhora nos índices de produtividade nos canteiros, dentre as quais: estruturas em paredes de concreto, dry-wall, sistemas de fachadas de vidro unitizados*, entre outras, todas estas com grande disseminação no mercado atual”, enfatiza.


A arquiteta ressalta que, nesse cenário, têm participação de peso os gerenciadores de projetos. “São profissionais responsáveis por coordenar as equipes de projetistas de todas as disciplinas envolvidas no desenvolvimento do empreendimento, abrangendo a compatibilização das plantas, o que dá unidade e identifica possíveis pontos de conflito na obra”, finaliza Renata Marques.


*Vidro unitizado
– Trata-se de sistema criado nos Estados Unidos com o nome de Unitized System. O vidro é produzido em usina, e chega praticamente pronto ao canteiro da obra, em módulos completos.

O vidro é colado com silicone ou fita na própria estrutura, e instalado pelo lado interno, conforme é erguida a estrutura do edifício, o que confere, dizem os fabricantes, segurança, velocidade e facilidade na instalação.


O sistema permite dimensionar os perfis do vidro de acordo com cada exigência. A principal vantagem do sistema unitizado, dizem arquitetos e outros profissionais do setor da construção, é a apresentação em uma peça única, que permite instalação de forma modular.


O sistema unitizado é particularmente indicado para obras com especial necessidade de atender o cronograma. Ele é considerado o mais avançado do mercado, por sua montagem mecanizada, que dispensa a utilização de balancins e diminui custos com mão de obra.

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