quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Construção debate áreas contaminadas em SP


A interação do setor imobiliário com as áreas contaminadas foi uma das abordagens discutidas durante o 83º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), encerrado no último dia 12 (agosto, em São Paulo, SP).


Um dos expositores do tema foi o diretor do Instituto de Engenharia (IE), Marcos Moliterno, durante painel sobre mudança de uso e ocupação do solo para empreendimentos imobiliários, especialmente na cidade de São Paulo.


De acordo com Moliterno, que é especialista em gestão ambiental e negócios no setor Energético do Instituto de Engenharia (IEE/USP), atualmente é praticamente impossível comprar, no município de São Paulo, um terreno que não esteja contaminado.


"Diante deste cenário, os prazos do setor imobiliário são prejudicados. Para tanto, pretendemos criar um modelo de avaliação preliminar, que permita maior agilidade nesses processos. Além disso, é necessária a melhor preparação dos órgãos reguladores, responsáveis por tais licenciamentos", explicou Moliterno durante o debate, mediado por Francisco Vasconcelos, vice-presidente do SindusCon-SP.


Segundo o diretor do IEE/USP, a cidade de São Paulo precisa se mobilizar para elaborar um projeto eficiente de descontaminação de terrenos e desenvolvimento urbano, semelhante ao realizado em Londres. "O setor (da construção) é o único com capacidade de oferecer soluções, em curto prazo, para o saneamento de áreas contaminadas", destacou.


O painel contou ainda com o gerente do Departamento de Áreas Contaminadas da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), Elton Gloeden, que apresentou algumas ações da entidade para promover a revitalização de áreas contaminadas no Estado de São Paulo.


"Estamos finalizando um plano de intervenção e um projeto executivo de reutilização. Importante ressaltar que a antecipação da análise dos terrenos e o planejamento da descontaminação são ações fundamentais para implantar projetos imobiliários sem exceder os prazos", alertou Gloeden.


Segundo os participantes no painel, as áreas destinadas aos postos de combustíveis e às atividades industriais são as mais contaminadas no Estado de São Paulo. "Este problema é inerente aos grandes centros urbanos. No Brasil já temos um cenário bastante evoluído, com empresas capazes de recuperar áreas que sofreram contaminações por diversos produtos", afirmou Elton Gloeden.

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