quarta-feira, 15 de junho de 2011

Venda de imóvel de 3 dormitórios cresce


Pela primeira vez no ano, o número de vendas de apartamentos de três dormitórios superou o de dois, segundo a Pesquisa de Mercado Imobiliário divulgada pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP). Em abril foram vendidos 914 unidades com três quartos, 97 moradias a mais que os imóveis de dois. Juntos, os dois segmentos são responsáveis por 74,6% do movimento comercializado no mês.


De acordo com especialistas do setor, empreendimentos com três dormitórios foram os mais vendidos entre 2005 e 2009, quando o mercado imobiliário passou a preferir o lançamento de unidades de apenas dois quartos. O resultado de abril é consequência do que economistas classificam como “demanda reprimida”. 

Toda a cidade tem lançamentos do segmentos de três dormitórios, mas as vendas foram maiores na Mooca, Morumbi e Vila Carrão e Barra Funda, sendo que o preço varia de R$ 300 mil a R$ 600 mil. 

“A renda do brasileiro aumentou e, por isso, a tendência para imóveis de três dormitórios é clara, pois as pessoas querem mais conforto. Acredito que, se a economia permanecer estável, com o crescimento de emprego formal visto nos últimos anos, o número de pessoas que vão adquirir imóvel deste padrão também vai aumentar”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP).

Se por um lado o número de dormitórios aumenta, o espaço das unidades continua o mesmo, pois quase 70% dos apartamentos vendidos em abril têm área de até 85 metros quadrados. 

Para Alexandre Lafer, diretor-presidente da Incorporadora Vitacon, o alto valor dos terrenos ainda disponíveis em São Paulo faz com que a metragem dos quartos também seja menor.

“Há uma tendência de venda de imóveis compactos, que podem até ter três dormitórios, mas menores. As unidades atualmente devem ser mais compactas, seja por estilo de vida ou por valor do imóvel”, diz o diretor-presidente da Vitacon.

Fique atendo
 
Mas antes de assinar o contrato de um imóvel com maior número de cômodos, o comprador deve avaliar o custo do investimento. Segundo o coordenador do curso de gestão imobiliária da Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), André Diniz Filho, o comprador deve ficar atento aos juros do financiamento e estar ciente que outros gastos também serão mais elevados.

“Todos os custos são maiores. Os condomínios são mais caros assim como o IPTU. Será que a renda familiar vai comportar uma taxa de IPTU e condomínio maior?”, orienta o professor universitário. 

“No primeiro trimestre deste ano, as notícias econômicas não eram boas, por conta do aumento da inflação e da taxa básica de juros, a Selic, o que fez com que os possíveis compradores ficassem mais conservadores”, afirma Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

Mas em abril, o número de vendas do setor cresceu 48% em relação à março, fato que, na opinião de Alexandre Lafer, indica a recuperação do ramo imobiliário. “Acho que o setor vai ter uma retomada forte, pois o consumidor está mais confiante para assumir a dívida do investimento”, diz o consultor imobiliário.

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