terça-feira, 7 de junho de 2011

Perdizes já lançou mais unidades do que em 2010

Bairro da zona oeste registra a maior alta de valorização na cidade, segundo pesquisa

SÃO PAULO - Se depender da iniciativa das incorporadoras, o canteiro de obras à vista de quem passa pelas ruas de Perdizes, na zona oeste, deve continuar nos próximos anos. No primeiro quadrimestre, de acordo com a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), 222 unidades foram lançadas no bairro - o que representa crescimento de 33,7% em relação ao desempenho de todo o ano de 2010. O número também já supera a metade da média anual de lançamentos desde 2007.

Perdizes aparece ainda como o bairro paulistano que mais se valorizou no último ano, de acordo com pesquisa divulgada em maio pelo Ibope Inteligência. O metro quadrado de novos empreendimentos acumulou alta de 57% no período. Hoje, segundo a Embraesp, a mesma área não é vendida por menos de R$ 8 mil. "Normalmente, em bairros com boa infraestrutura urbana e poucos lançamentos, o mercado se equaliza. Se não há lançamentos, a única coisa que pode subir é o preço", afirma Antônio Carlos Ruótulo, diretor do Ibope Inteligência. 

A elevação do preço do metro quadrado também se deve à escassez de bons terrenos, na opinião de Alexandre Pacheco, diretor comercial da incorporadora Exto, atualmente com um lançamento na região: "O trabalho de formatação dos terrenos é muito trabalhoso, o que acaba elevando o preço dos novos apartamentos". 

Corrida

A proximidade do centro, a facilidade de acesso a outras áreas da capital e o potencial de serviços aparecem como os principais atrativos do bairro. "O consumidor pensa muito mais em trabalho, transporte, hospitais e escolas do que no imóvel", diz Ruótulo. De acordo com imobiliárias locais, um apartamento em boas condições e a preço de mercado chega a ser vendido em menos de 20 dias. 

A engenheira de produção Lara Saboya, de 31 anos, sentiu na pele os efeitos da demanda. Ela passou os últimos quatro meses à procura de um imóvel na região de Perdizes e acaba de comprar um lançamento na Pompeia. "Não existe negociação. Ou você dá o valor que o proprietário pede ou alguém vai dar." Em maio, Lara visitou um apartamento R$ 30 mil mais caro do que valia um imóvel similar do mesmo prédio três meses antes.

O mercado de locações vive situação similar. De acordo com Solange de Paula Oliva, gerente da área na Lello Imóveis, a vacância de um apartamento no bairro é de, em média, 15 dias. 

A maior demanda envolve imóveis enxutos, de um ou dois dormitórios: "Geralmente, a procura é feita por gente de fora de São Paulo, como estudantes e pessoas a trabalho". Três das principais instituições de ensino superior da cidade estão no bairro ou nas proximidades.

Usados

A alta no preço dos novos interfere também no mercado de usados. "O vendedor mora num apartamento antigo com 80 metros quadrados, compara com um novinho de 50 metros quadrados e pede a mesma quantia", diz o corretor Édson Jesus, da Franquia Imóveis. 

Apesar do amplo espaço interno dos usados, Lara Saboya optou pela compra de um lançamento: "Os prédios antigos não têm área de lazer, e os condomínios são mais caros". A engenheira de produção deparou-se com taxas de até R$ 900 nos usados que visitou. De mesmo padrão, novos - menores e com mais moradores - não passavam dos R$ 500 mensais.

 

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