sexta-feira, 29 de abril de 2011

Medidas do governo e parada de fábrica afetarão Klabin

As recentes medidas anunciadas pelo governo brasileiro para tentar conter a inflação podem influenciar a demanda por papéis no mercado interno nos próximos meses, afetando a Klabin , maior fabricante do insumo do Brasil. Além dos efeitos das medidas do governo, a companhia planeja para este trimestre uma grande parada para manutenção na fábrica de Monte Alegre (PR), maior unidade da companhia, que afetará o lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, sigla em inglês) no segundo trimestre, disse o diretor-geral, Fábio Schvartsman.

"Essas medidas de aumento de taxas de juros podem influenciar a demanda depois de três a seis meses... a visibilidade do segundo semestre ainda está um pouco difícil em função dessas medidas", afirmou o executivo nesta sexta-feira em teleconferência com analistas.
Sobre uma eventual mudança nos volumes vendidos no mercado interno, "a nossa estratégia é subir em relação ao ano passado, mas isso vai depender também do comportamento dos mercados em que nós atuamos", disse Schvartsman. No primeiro trimestre, 61,4% das vendas da Klabin, ou 269 mil t, foram destinadas ao mercado brasileiro.
Apesar das medidas anunciadas pelo governo, o diretor financeiro da companhia, Antonio Sergio Alfano, afirma que a demanda no mercado interno "continua robusta", e que a empresa vende para o exterior a demanda excedente para não provocar um excesso de oferta. "Esperamos manutenção de preços nos próximos meses", afirmou.
Alfano comentou ainda que não acredita que o dólar desvalorizado ante o real incentive a importação de produtos similares aos da Klabin, a partir de fibra virgem.
Parada para manutenção
A parada para manutenção na unidade de Monte Alegre deverá ser mais longa e mais cara do que a realizada no ano passado. Isso porque a companhia possui uma "preocupação" em relação à caldeira 8, que apresentou problemas depois da parada de 2010. "Será uma intervenção mais profunda para resolver de vez os problemas que a gente tem tido", disse Schvartsman.A expectativa é que os os recursos utilizados na parada sejam 50% maiores que os R$ 25 milhões utilizados em 2010."O Ebitda do primeiro trimestre teve um determinado comportamento com relação ao mesmo período do ano anterior, e a gente espera o mesmo tipo de comportamento para o segundo trimestre. As diferenças, se houverem, serão causadas pela parada de Monte Alegre", disse o diretor-geral.
A Klabin identificou ainda duas áreas da companhia onde podem haver importantes reduções de custos. Para a unidade de Monte Alegre foi contratada a consultoria INDG para realizar os estudos. "A expectativa é de redução substancial nos custos... o trabalho da própria INDG está no início", disse Schvartsman, sem divulgar de quanto poderia ser a redução.
O segundo foco é a área florestal da companhia, onde os estudos serão internos. A empresa possui 80 mil hectares de terras além do necessário para a atual operação. "A estratégia futura da Klabin será em relação a esse maciço florestal pronto", afirmou o diretor-geral.

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