quarta-feira, 4 de abril de 2012

Novas fronteiras trazem oportunidades de crescimento

Empresas que operam fora dos seus mercados domésticos alcançam resultados financeiros melhores, do que aquelas que se limitam ao seu próprio país, segundo pesquisa da Regus. No cenário atual de instabilidade da economia na Europa, esse é um prêmio digno dos esforços de quem vai atrás de novos clientes. E por que mais empresas não procuram trabalhar com exportações? A pesquisa sugere que os riscos associados ao estabelecimento da  presença no estrangeiro e contratação de pessoal para essa operação desestimulam muitas companhias. Como então superar esses obstáculos?


1. Muitos problemas não são tão grandes quanto parecem. Um relatório da BDO International indica que, de modo geral, as empresas agem rapidamente quando decidem abrir uma filial no exterior. Mais de três quartos das empresas participantes da pesquisa  abriram o  escritório em até dois anos, após tomarem a decisão de operar no exterior.

2. Existem  opções para reduzir os riscos  de abrir um escritório no exterior. Praticamente dois terços das 12 mil empresas entrevistadas em todo o mundo pela Regus declararam que seus compromissos com  contratos de locação de imóveis em mercados externos tinham que ser no curto prazo, porque não sabiam em que velocidade elas cresceriam. Com as opções de locais flexíveis de trabalho disponíveis em diversos países, as empresas não precisam ter receio, seja incorrendo com custos que não podem arcar, porque o crescimento está abaixo do esperado ou por não poderem atender a uma crescente demanda.

3. A flexibilidade também é crucial para formar a equipe. Conforme apontado pela pesquisa da Regus, as opiniões se dividem entre aqueles que acreditam que a gerência sênior deve vir do país de origem da empresa e quem acha que deve vir do mercado local no qual a companhia está se instalando.  Há também divergências quando o assunto é se as empresas com operações no exterior precisam empregar profissionais que falam o idioma local. O relatório sugere que isso depende do tipo de relação que a organização terá com seus clientes no novo mercado. Muitas empresas expandem os seus negócios no estrangeiro por meio de intermediários, distribuidores e revendedores. Nesse caso é provável que essas empresas mantenham equipes para negociar acordos, gerenciar e dar suporte aos canais de distribuição. Mas também podem entender que a fluência no idioma local, e a inclusão de gerentes seniores desse país e a familiarização com os aspectos culturais da região sejam menos importantes, ao contrário das empresas que lidam direta ente com seus clientes locais.

4. Graças à tecnologia, o mundo está cada vez mais próximo. Por isso, muitos varejistas usam a Internet para testes em mercados no exterior. A maioria dos produtos e serviços pode ter versões no idioma dos países ao qual se destinam.

5. Os números propiciam diretrizes para auxiliar nas decisões. Empresas de vários países estão fazendo negócios além das suas fronteiras, e como a experiência tem sido compensadora, pretendem investir cada vez mais nesse tipo de operação. A pesquisa da Regus aponta que as empresas que já atuam no mercado externo têm duas vezes mais chances de ampliar essa atuação, do que as companhias que ainda não descobriram as exportações e não tem planos de expansão para outros mercados  nos próximos anos.

As empresas que decidem operar no estrangeiro mostram sinais de que estão melhorando os seus resultados. Em âmbito mundial, governos, economistas e demais especialistas parecem concordar que as exportações são imprescindíveis para o crescimento do PIB dos países e também são positivas para a estabilidade da economia global. Com as dificuldades de expansão no mercado interno, a exportação é uma oportunidade cada vez mais atraente.

Por Roger Trapp, jornalista e escritor  inglês, formado em Direito pela Universidade de Oxford. Escreve para o jornal The Independent.

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