sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ser ou não ser minimalista, eis a questão

Forte movimento nos anos 60, o minimalismo teve grande influência nas artes visuais, no design, na música e na própria tecnologia do séc. XX, deixando uma importante herança para os nossos dias de hoje. Trata-se do “fazer muito com pouco”, como definiu o psicoterapeuta alemão Bert Hellinger ou como a atualidade exige, de considerar a famosa relação custo-benefício, como estamos mais acostumados.


Nessa nossa era de grandes planejamentos, informações, planos de negócios, recursos para investimentos, dificuldade de isolamento, e tudo e todos querendo participar, simplificar parece impossível – principalmente se consideramos as inúmeras opções e formas de se obter resultados. Um exemplo prosaico: na escola do meu filho elogiava-se outro dia, numa reunião de pais, a capacidade dos alunos aprenderem a dividir uma dúzia de laranjas em três saquinhos diferentes; cada um à sua maneira.


O mesmo ocorre conosco nos dias atuais: somos capazes de resolver nossos problemas do dia a dia, chegando no mesmo lugar, por caminhos diferentes. O esforço às vezes depende da complexidade do problema. O fato é que, ao fim de uma jornada nos pegamos exaustos, sobretudo, porque não nos contentamos em dar por “finitas” nossas atividades. Estamos sempre descontentes com os resultados ou com as suas várias possibilidades e nunca julgamos que o resultado está bom o suficiente (good enough).


Queremos tanto atingir a perfeição fazendo o “serviço” bem feito que exageramos: vamos além da conta, num tremendo desperdício de tempo e energia. E todo o dia é a mesma coisa. Copiamos mais pessoas nos e-mails, nos excedemos  em  informações no relatório, na apresentação para o chefe, no telefonema, no torpedo. E já nem é possível perceber que estamos sempre pecando pelo excesso.


A saída então será baixar um pouco o padrão e ser minimalista. Passar a valorizar os resultados “bons” ( não melhores, veja bem!), começando por outras áreas da sua vida que não a profissional. Pense em fazer as coisas para surpreender a você mesmo e não aos outros. Já ouviu isso em algum lugar? Assim será possível mudar os seus padrões e alcançar “naturalmente” resultados melhores. E o melhor de tudo, com muito menos esforço.


Ser minimalista no mundo de hoje está em alta e é politicamente correto: consumir menos, gastar menos energia, preservar mais o nosso meio ambiente, fazer trocas com o que já se possui, é bem mais recomendado do que comprar mais um celular ou trocá-lo a toda hora, ter mais um carro, mais um computador, mais um cônjuge. Haja disposição e tempo para administrar e cuidar de tantas coisas. Viver com menos, e melhor, é um desafio no meio desse assédio de ofertas a que somos submetidos diariamente, mas com certeza é mais libertador.


Acredite, é possível.

 
Por Marcus Darvas, administrador, geógrafo e ministrante de treinamentos na área de produtividade pessoal, em grupos, para grandes empresas

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