quinta-feira, 27 de outubro de 2011

"Brasil vive momento fantástico", diz executivo da Abril S/A

Fábio Barbosa, presidente executivo do grupo, destaca bom momento econômico do país


Fábio Barbosa, novo presidente executivo da Abril S/A, construiu sua carreira no setor financeiro. E é lançando mão de dados econômicos sobre o mercado mundial que o executivo enfatiza o bom momento vivido pelo Brasil – algo que o setor de mídia também deve comemorar, aponta ele.

Em uma apresentação para empresários durante reunião da ABA Summit nesta quarta-feira (26), Barbosa disse que o Brasil “é o país do presente”. Investimentos bilionários em curso e o aumento da massa consumidora são alguns dos fatores para indicar que “a perspectiva de crescimento no país é muito positiva”, segundo ele.


Enquanto a Europa vive modesta expectativa de crescimento de 1%, o Brasil, desde 2001, tem consumo aquecido no mercado interno, principalmente pela expansão do crédito. Em 2001, R$ 340 bilhões foram destinados para fomentar a oferta de crédito, o equivalente à economia do Peru; em 2005, R$ 564,3 bilhões, equivalente à economia da Finlândia; e, no último ano, foram injetados R$ 1,61 trilhão, o mesmo que a economia do México.


Enquanto os mercados maduros sofrem com o envelhecimento da população, o Brasil vive um bônus demográfico, que começou em 2000 e deve durar 40 anos, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Nesse período, o número de pessoas economicamente ativas, entre 14 e 64 anos, será maior que o de idosos. Países da Europa Ocidental, Estados Unidos e Japão já passaram por esse momento, fundamental para a produção de bens e geração de riqueza. “Os mercados desenvolvidos já viveram essa experiência. O problema hoje é que eles não sabem como manter uma demografia que não sustenta mais uma economia sustentada por eles”, avalia o executivo.


Segundo ele, “a perspectiva de desenvolvimento para o Brasil é inexorável. O que é difícil equacionar é o ritmo do crescimento sem deflagrar inflação”, pondera. Outro desafio é manter a competitividade das empresas e produtos brasileiros com a “valorização inevitável” do Real frente a outras moedas, como o dólar, resultado do aumento de investimentos externos no país. Segundo o Ministério da Fazenda, o fluxo de capital estrangeiro no último trimestre chegou a US$ 36 bilhões. “Aumentar a competitividade não é uma questão de câmbio, e sim de reduzir o custo Brasil, o que exige reforma tributária”, avalia Barbosa.


Há 30 dias no comando da Abril S/A, o executivo diz que ainda está “entendendo o mercado de mídia” e que mudou de área porque queria “repaginar sua carreira”. “Trabalhei a vida inteira no setor financeiro, mas percebi que não era com números que queria atuar, e sim com gente. Fascina-me um mundo novo e o potencial que a mídia tem de influenciar a sociedade”, finaliza.


por Keila Guimarães

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