segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Exclusão digital e e-mail marketing

O acesso à internet (em domicílio, na escola, no trabalho, em lan houses ou outros ambientes) aumentou constante e significativamente ao longo do tempo no Brasil. Apenas no último trimestre de 2010, segundo dados do IBOPE Nielsen Online, havia 73,9 milhões de brasileiros nessa condição, um crescimento de 9,6% em relação ao quarto trimestre no ano anterior – ou 6,4 milhões de pessoas a mais na rede.


No entanto, mesmo diante dos números animadores, não podemos esquecer que a exclusão digital permanece como um (gravíssimo) problema brasileiro. Evidentemente, isso impacta negativamente não apenas no cotidiano dos “ciberexcluídos”, mas também nos negócios das empresas que realizam campanhas de email marketing e outras ações de marketing online. Entre os mais de 40% da população que não tem acesso à Internet, está uma parcela expressiva das classes C e D, cada vez mais no alvo do mercado. Essas pessoas podem estar nessa situação por falta de recurso, de interesse ou de conhecimento – há quem sequer vislumbre essa possibilidade.


No caso específico das empresas de email marketing, os efeitos da exclusão digital são difíceis de mensurar. Se não chega a impactar diretamente no desempenho das ações, a ciberexclusão tem um efeito negativo ao manter milhões de pessoas longe do email marketing, inviabilizando, nesses casos, a utilização dessa importante ferramenta de relacionamento, que ajuda a conhecer melhor o cliente. Não se trata de rotular ou enquadrar o usuário em uma determinada categoria econômica – cada uma delas abriga pessoas de perfis heterogêneos – mas sim, com o auxílio do email marketing, conhecer suas particularidades e entender o que é preciso fazer para melhorar a aproximação.


E o universo das classes C e D – ironicamente, entre as mais atingidas pela exclusão digital – tem figurado como um dos mais promissores para a comunicação para esse tipo de relacionamento, pois adere bem ao email marketing. As ações de email marketing significam inclusão digital e social. Em algumas circunstâncias, as campanhas de email marketing facilitam até mesmo o acesso a lojas que esse grupo admira, mas não tem condições de frequentar in loco no mundo offline.


Além disso, considerando que o tíquete médio de um usuário das classes C e D é de R$ 350, basta fazer algumas contas e perceber o tanto de negócios perdidos pelos segmentos de email marketing e comércio eletrônico. O prejuízo da exclusão digital, evidentemente, não fica restrito a esses casos específicos. Segundo a consultoria McKinsey&Company, um crescimento de 10% nas conexões de banda larga pode gerar um aumento entre 0,1% e 1,4% no PIB de um país.


Assim, o setor de email marketing só tem a ganhar com os esforços do Governo em prol da inclusão digital. Iniciativas como o Plano Nacional de Banda Larga e os programas que facilitam a aquisição de computadores tendem a melhorar o acesso da população à Internet, até que todos finalmente sejam conectados – o que, infelizmente para todos que apostam no email marketing e no ecommerce, ainda não está tão perto de ocorrer.


Por Walter Sabini Junior, especialista em email marketing e Diretor Executivo da VIRID

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