quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Rumo ao topo das paradas no Brasil

Nova geração do Hyundai i30 chega em janeiro para desbancar a concorrência na preferência do público



No mesmo instante em que uma banda explode nas rádios, um fantasma surge. Ele cresce conforme a turnê do álbum de sucesso vai se encerrando: a maldição do disco seguinte. Não há matemática para o sucesso porque a exigência é quase paradoxal: o público anseia por algo novo e criativo, mas, ao mesmo tempo, quer a essência preservada.
Antes de o i30 chegar ao Brasil, em março de 2009, ninguém tinha ouvido falar de hatch premium coreano. Poucos meses depois, não se falava em outra coisa. Bem construído, econômico, espaçoso e com preço competitivo, o Hyundai atropelou a concorrência em um segmento que andava meio desafinado de novidades.
Só que a reação veio orquestrada. A Ford adotou estratégia mais agressiva para o Focus e reconquistou a liderança nos emplacamentos– e a nova geração chega ano que vem. A Peugeot trouxe o 308 em diversas versões, inclusive a turbinada 1.6 de 165 cv. O Cruze Sport6 dá show de estilo e sofisticação. E não se esqueça do Golf 7, que estará entre nós no segundo semestre de 2013. O i30, só a gasolina, com câmbio automático de quatro marchas e design datado, precisava reagir com urgência. Voltou ao estúdio (de design) e reagiu com este álbum inédito. É hora de ouvirmos o que temos de bom ali.
Déjà vu poderia ser o nome do disco: afinal, vocês já conheceram muito destas linhasno HB20. Como Elantra, Veloster e Sonata, o i30 assumiu a identidade Fluid Sculpture, identificável pelos faróis espichados, vincos fortes e inspiração aerodinâmica. A semelhança com o compacto feito em Piracicaba é inegável, mas a grade ajuda a separar as coisas: o nosso i30 usa a peça do modelo norte-americano e australiano, com duas réguas cromadas ascendentes. Infelizmente, dele o Hyundai também adotou a suspensão de eixo de torção atrás: ficamos sem o sistema multibraços do i30 europeu.
Tamanho /As dimensões do i30 não mudaram tanto. Ele ficou 5,5 cm mais longo, 0,5 cm mais largo e perdeu 1 cm de altura. Dentro, os ocupantes da frente ganharam 3 cm a mais para as cabeças e 1,1 cm extra para as pernas. Mas quem se senta atrás perdeu, na mesma ordem, 1,3 cm e 6,1 cm.
O painel ficou mais envolvente e ganhou a ousadia que está nas linhas da carroceria: veja o formato da moldura dos mostradores e das saídas centrais de ventilação. A qualidade dos plásticos e encaixes continua muito boa, comparável à de carros de categoria superior. De forma geral, o painel lembra o do novo Focus, que teremos apenas no fim do primeiro semestre de 2013.Confira mais da C/D nas bancas.
Ficha técnica Hyundai i30:
PREÇO:  R$ 65 mil (estimado)
MOTOR: Dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 1.6, 16V, flex. Potência de 128 cv (E) e 122 cv (G) a 6.000 rpm. Torque de 16,5 mkgf (E) e 16 mkgf (G) a 4.500 rpm
TRANSMISSÃO: Automática, seis marchas, tração dianteira
SUSPENSÃO: Dianteira: independente, McPherson. Traseira:  eixo de torção
PNEUS E RODAS: 225/45 R17
DIMENSÕES:  4,30 m de comprimento, 1,47 m de altura, 1,78 m  de largura,e 2,65 m  de entre-eixos
PESO: 1.210 kg
PORTA–MALAS: 378 litros
TANQUE:53 litros
O novo i30 terá o mesmo coração do irmão caçula, o pequeno HB20
Os irmãos i30 e HB20 compartilham mais do que alguns traços: apesar da diferença de quase 200 kg, eles dividirão o mesmo 1.6 flex, que rende 128 cv com etanol – o 2.0 a gasolina do antigo i30 rendia 145 cv. A diferença está no câmbio, o automático de seis marchas A6GF1. Sim, adeus às quatro marchas, que ficam restritas ao HB20 automático. Este conjunto mecânico dá um samba interessante, mas não é nenhum virtuose: as seis marchas permitem uso mais eficaz de cada um dos 16,5 mkgf do novo 1.6, mas quem está acostumado ao antigo 2.0 vai sentir que aqueles 19,4 mkgf soariam afinadíssimos no novo câmbio.
O i30 continua bem arranjado de aderência lateral. Ajudam os pneus Nexen Roadian 581 225/45 R17, medida generosa para o porte do carro, complementado pelo sistema de direção elétrica regulável: basta apertar um botão para alternar entre os modos conforto, normal e esporte. Agora ele também traz controle de estabilidade de série. Mas como sua dinâmica é bastante dianteira no limite, dificilmente você vai precisar dele.
A princípio, o i30 será vendido nas cores prata, preta e branca, todos com um festival de equipamentos de série: seis air bags, ar-condicionado digital de duas zonas, ajustes elétricos nos bancos de couro, saídas de ventilação para os passageiros de trás, controle de estabilidade, controlador automático de velocidade e sistema multimídia com GPS e tela de LCD de sete polegadas. O único opcional é o teto panorâmico.
Talvez a Hyundai traga a transmissão manual de seis marchas, talvez o 2.0 flex de 178 cv do SUV ix35 vá parar em seu cofre. Quando a última nota deste álbum soa, ficamos com a impressão de que faltou apenas o acorde no motor para o i30 assegurar o topo das paradas e prevenir os nostálgicos pelo antigo 2.0. Ele chega às lojas em janeiro.

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