sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Primeiras impressões: Renault Clio Expression


Pode ainda ser o mesmo, mas Clio se atualiza para o segmento popular.
Topo de linha custa R$ 29.260, com direção e ar, mas nada de airbags.

 Renault Clio 2013 teve visual atualizado (Foto: Divulgação)

 Sobre a carroceria, o Clio carrega um peso que o faz estar desde 1999 no mercado brasileiro sem grandes mudanças: ser um popular que sempre atendeu às metas de vendas da Renault. Por isso, até hoje não há interesse da montadora em acompanhar o avanço europeu de gerações— aqui ele ainda está na segunda (a mesma desde que chegou) e lá, na quarta, porém já como “compacto premium”. Mesmo assim, se for considerar a reestilização de 2001 e as poucas mudanças de 2004, o “novo Clio brasileiro” - que começou a ser vendido nesta semana – traz um importante avanço para o modelo.
VALE ESTA AGORA - Concorrentes Clio Expression (Foto: Editoria de Arte/G1)
Pode parecer estranha tal afirmação por causa da defasagem tecnológica - sem dúvida, é um projeto antigo -, mas o jogo da Renault tem dado certo até agora. “A média mensal de vendas do Clio era de 1.500 unidades. Agora, com a renovação, queremos aumentar em 50% o volume, ou seja, 2.500 unidades”, destaca o gerente de produto da Renault do Brasil, André Bassetto.
A montadora trabalha com um público que conta centavo por centavo os gastos com o carro. Então, na ponta do lápis, ela oferece um carro de projeto já pago há muito tempo (o Clio, atualmente, é produzido na Argentina), que tem preços sugeridos de R$ 23.290 a R$ 24.950 — se somar direção hidráulica, ar-condicionado e pintura metálica, a versão topo de linha Expression quatro portas sai por R$ 29.260 —, três primeiras revisões ao custo de R$ 851 para o consumidor (que ficará preso à rede de concessionárias por três anos se quiser conservar a garantia), e a promessa de ser o modelo mais econômico da categoria.
Nada mal comercialmente, não? Por isso, o Clio não muda tão cedo. Mas a atualização chega em hora estrategicamente positiva: a concorrência também oferece modelos populares com bons predicados e o consumidor deste tipo de carro também tem mais dinheiro no bolso por meio de crédito.
Motor do Renault Clio 2013 recebeu ajustes e agora tem 80 cavalos de potência (Foto: Divulgação)Motor do Renault Clio recebeu ajustes e agora
tem 80 cavalos de potência (Foto: Divulgação)

Avaliação das melhorias
O G1 pôde analisar as melhorias que a Renault fez no carro em um teste curto, de não mais de 20 km, no Rio de Janeiro (RJ). A versão avaliada foi a topo de linha Expression, quatro portas com ar-condicionado e direção hidráulica.

Como o trecho era curto e com trânsito, o desempenho do motor não pôde ser bem avaliado. O propulsor 1.0 16V foi modificado e, agora, gera 80 cavalos de potência (etanol) a 5.750 rpm (77 cv, com gasolina, a 5.750 rpm) e tem 10,5 kgfm de torque (etanol) a 4.250 rpm (10,1 kgfm, com gasolina, a 4.250 rpm. Sem dúvida, o hatch tem mais fôlego, superando os concorrentes diretos. O que não deixa de ser também um modelo 1.0, então, não espere respostas grandiosas nas costuradas de trânsito ou brilhante agilidade na estrada.
O que vale mesmo, no caso, é o consumo de combustível, que rendeu etiqueta “A” do Inmetro ao carrinho. Segundo a Renault, 71 componentes foram modificados no novo propulsor para chegar ao chamado “Hi-Power” (antes, o motor levava o nome Hi-Flex). Ainda de acordo com os dados da montadora, quando abastecida com etanol, a versão equipada com ar-condicionado e direção hidráulica faz 9,1 km/l (ciclo urbano) e 9,6 km/l (estrada). Com gasolina, a média de consumo fica em 13,1 km/l (cidade) e 14,3 km/l (estrada). O modelo sem ar e direção roda 9,5 km/l (ciclo urbano) e 10,7 km/l (estrada). Com gasolina, são 14,3 km/l (cidade) e 15,8 km/l (estrada).
Painel de instrumentos do Clio é novo e computador de bordo vem de série (Foto: Divulgação)Painel do Clio é novo e computador de bordo vem
de série (Foto: Divulgação)
Para ajudar o consumidor a atingir essas marcas, porque, obviamente, elas são influenciadas pelo modo como o carro é conduzido, o novo painel de instrumentos ganhou indicações no contador de giros, para que as trocas de marcha sejam feitas nos momentos propícios à economia. A faixa verde indica o momento de menor consumo. A área branca mostra o motor em marcha lenta. Já o espaço delimitado em amarelo significa o momento de maior desempenho do motor. Por aqui, não há segredos.

Acabamento interno
Enquanto o Clio sempre ganhou dos concorrentes pelo bom espaço interno, perdia pelo acabamento. O plástico é o mesmo, os encaixes das peças também não mudaram (mostram espaços de arregalar os olhos) e as rebarbas ainda dão desgosto, mas os novos revestimentos de portas e painel, o novo console central, o computador de bordo de série e as opções diferenciadas de revestimento de banco deixaram o acabamento mais simpático e nota-se um cuidado maior com o carro.

Acabamento interno do Clio foi melhorado (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)Acabamento interno do Clio foi melhorado
(Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)
Por fora, ele ganha a enorme grade frontal, nova assinatura da marca francesa, e detalhes caprichados, como os vincos na tampa do porta-malas que acompanham o desenho da lanterna e alongam a parte traseira. Também traz kits de acabamento, que vão animar propositadamente jovens que compram ou ganham o primeiro carro.
Os kits de acabamento que abrangem frisos, spoilers, adesivos e detalhes diferenciados de cor (dentro e fora do carro) vão de R$ 299 a R$ 1.405. Segundo o gerente de vendas, eles poderão ser colocados no financiamento, caso a opção seja pelo banco da montadora.

Conclusão
O Clio é um carro popular “redondinho”. Dentro de sua categoria, ele apresenta boa estabilidade, pouca trepidação (a não ser da manopla de câmbio), conforto pelas excelentes ergonomia dos bancos e posição de dirigir, direção hidráulica bem leve, espaço interno amplo, e, embora o câmbio tenha trocas de marchas mais duras, a característica não atrapalha a condução.

Porém, peca em segurança. O carro não oferece ABS e airbag, os retrovisores são pequenos, o que prejudica muito a visibilidade e, pior, a altura do cinto de segurança só pode ser ajustada na concessionária – se condutores ou passageiros de estaturas bem diferentes usam o mesmo carro, isso se torna um problema de segurança. Tais "ausências" fazem a relação custo-benefício do modelo perder argumento.
Renault Clio 2013 agora pode ser perosonalizado (Foto: Divulgação)Renault Clio 2013 agora pode ser perosonalizado (Foto: Divulgação)

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