terça-feira, 2 de outubro de 2012

Como entrar na Loducca, NBS e WMcCann?


A publicidade brasileira é uma das mais premiadas do mundo. Apenas no Festival de Criatividade de Cannes em 2012, o país foi o quarto colocado em números de troféus: 79 Leões. Na USP, o curso é o terceiro mais concorrido. São 47 candidatos para cada vaga. Não à toa, o mercado cresce e a procura por bons profissionais também. Pensando nisso, o Adnews ouviu nomes da área em busca de resposta para a seguinte pergunta: o que as grandes agências esperam dos novos profissionais e estudantes da área?

 
O que fazer?
 
Para Guime Davidson, VP de criação da WMcCann, o essencial se resume em dois ingredientes: atenção e interesse. "Com o tempo, há um terceiro componente mágico: o comprometimento. O resto, o tempo dá", relata o publicitário.
 
Já para Ken Fujioka, sócio e VP de Planejamento da Loducca, outro componente é indispensável para o êxito dos novos profissionais. "Capacidade de exercer empatia”. Tal aptidão é essencial para exercer a profissão. "Nosso trabalho tem a ver com entender profundamente o comportamento humano - e, para isso, é fundamental saber se colocar no lugar do outro, compreender o outro, imaginar como o outro pensaria e reagiria às situações da vida".
 
Flexibilidade, capacidade de aprendizagem constante, comprometimento, capacidade de trabalhar em equipe, excelente relacionamento interpessoal e foco nos resultados são as exigências do Grupo PPR, das agências NBS, Quê e Prole. Quem dá a dica é Adriana Massari, diretora de Desenvolvimento Humano da empresa. Para ela, é preciso "vivenciar cada dia como uma oportunidade de crescimento, apaixonar-se pelo que faz, e ter objetivos claros de carreira".
 
Dificuldades existirão e, às vezes, serão necessárias. Quem confessa é Rodrigo Righetti, diretor da Righetti Brand Solutions. "No começo de minha carreira [...] eu trabalhei gratuitamente por quase um ano [...] varri estúdio, varei muitas noites engolindo sapo de diretores", declara. Mas, será que valeu a pena? "Isto foi crucial para meu futuro, primeiro porque eu descobri que produção não era exatamente o que eu queria fazer da vida, segundo, porque eu percebi que nem tudo que havia aprendido como estudante resolveria as adversidades da minha vida profissional".
 
O que não fazer?
 
Com a alta demanda, alguns profissionais e estudantes ainda ficam devendo na hora da seleção para novos profissionais e no dia a dia de trabalho. É bom ficar atento para não cometer erros grosseiros que possam dificultar a ascensão de uma carreira promissora.
 
Para Fujioka, a pior atitude dos novos profissionais é o chamado mimimi, ou seja, a falta de maturidade para lidar com adversidades. "Gente que, ainda muito jovem, já chega reclamando das dificuldades da vida, das barreiras do mundo profissional. Pra contornar isso, só mesmo dando um 'se liga, moleque'", brinca o VP de Planejamento da Loducca.
 
Humildade parece ser receita essencial para quem quer conseguir sucesso. "Recebo e-mail de redator com grafia errada, e seus 'vastos' dois anos de experiência querendo receber R$ 5.000,00 por mês se comportando como verdadeiros artistas de cinema", revela Righetti.
 
É preciso paciência, pois conforme explica Adriana, os estudantes e recém-formados possuem muita pressa no crescimento de carreira, querem ingressar no mercado publicitário e rapidamente alcançar altas posições. “Ou seja, não querem entender as etapas de carreira necessárias para que adquiram maior experiência, consistência no caminho e maturidade", analisa. A diretora de DH também diz que os futuros profissionais precisam apresentar “humildade para aprender”, além de buscarem conhecimento, preparando-se mais.
 
Já Davidson chama a atenção para um hábito recorrente dos profissionais da área: passar madrugadas seguidas trabalhando. Ficar "à base de pizza, procurando referência na internet, criando anúncios que nunca serão vistos" não é o caminho, segundo o VP de criação da WMcCann. "Isso não é vida, e a boa propaganda se alimenta justamente dela", finaliza.
 
Por Leonardo Araujo

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