sexta-feira, 29 de junho de 2012

A competição na era da sustentabilidade



Com a Rio+20, também chamada Cúpula da Terra, o senso de urgência que marcou a conferência Rio 92 parece ter ganhado novo impulso em todo o mundo. Não há como passar ao largo de um assunto de tamanha importância para o planeta, sua própria perenidade. 

 
No contexto da mobilidade, competitividade quer dizer tecnologia de ponta relacionada a aspectos econômicos, sociais, culturais e também ambientais. Dado o sinal verde para a organização do 21º Congresso SAE BRASIL, maior fórum de engenharia do Hemisfério Sul, a sustentabilidade mostra sua indelével marca. 
 
Que dizer sobre competitividade, tema geral do evento este ano (A Engenharia da Mobilidade em Mercados Competitivos: Soluções por meio de Inovações Tecnológicas) num contexto como o atual em que novos padrões e valores são adicionados como vantagem competitiva a todo o momento? 
 
No que toca à indústria automobilística, é possível dizer que ela será tão competitiva quanto for sustentável. Quando o assunto é transporte, sustentabilidade significa atendimento às modernas necessidades de mobilidade, levando em conta o impacto causado ao meio ambiente e à qualidade de vida. 
 
Nesse particular, a história mostra que as respostas do setor automotivo brasileiro se destacam pela inovação e eficácia, inclusive no cenário mundial. Que o diga o Proálcool, que veio à luz na ameaça de escassez do combustível fóssil e impulsionou o desenvolvimento de motores movidos a combustível renovável, produzidos em alta escala. Anos mais tarde foi a vez do propulsor bicombustível, que trouxe ao consumidor o poder de escolha na hora de abastecer seu veículo em meio a um mercado sujeito às oscilações de oferta e preço do álcool e da gasolina.
 
Na questão ambiental, a indústria automotiva brasileira caminha no ritmo das necessidades do planeta na redução das emissões de poluentes por veículos motorizados. Exemplo mais recente é a aplicação da P7, etapa mais recente do Proconve para veículos a diesel, que desde o início do programa, em 1986, reduziu 96,3% a emissão de material particulado e 87,3% a de óxido de nitrogênio (NOx). Melhoramos o teor de enxofre no diesel e o setor automotivo compareceu com as soluções tecnológicas - sistemas de pós-tratamento dos gases de escapamento e diesel com reduzido teor de enxofre, além de modificações nos motores.
 
Como engenheiro e investido da função de presidente do Congresso SAE BRASIL 2012, posso dizer que, à parte da responsabilidade intrínseca à engenharia de gerar novidades tecnológicas, sempre existirão necessidades enormes a serem satisfeitas. O conhecimento é um ingrediente importante, mas é da necessidade de soluções que nasce a inovação e se desenvolve o saber. 
 
Esse é o foco e objetivo da comunidade da engenharia no Congresso SAE BRASIL, para uma mobilidade sustentável. Avaliar o presente reconhecendo necessidades das pessoas e projetar o futuro.
 
 
Por Alípio Ferreira Pinto Jr., presidente do 21º Congresso e Exposição Internacionais SAE BRASIL de Tecnologia da Mobilidade e gerente geral de Pesquisa e Desenvolvimento em Abastecimento e Biocombustíveis do CENPES – Centro de Pesquisas da Petrobras

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