quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Mercado chinês oferece oportunidades de exportação às indústrias brasileiras

Além de segunda maior economia do mundo, a China também é o segundo país que mais importa produtos do Brasil

A China é conhecida como a fábrica do mundo por fornecer produtos industrializados para vários países. Mas o país também é um grade importador global, que oferece oportunidades também para produtos brasileiros, especialmente com o aumento do consumo interno. É por essa razão que o país promove há 50 anos a Feira de Importação e Exportação (conhecida como Canton Fair), que serve como uma vitrine para produtos de todo o mundo. A 110ª edição da feira tem a participação de uma missão empresarial composta por 132 brasileiros, liderada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), em cooperação com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Além de segunda maior economia do mundo, a China também é o segundo país que mais importa produtos do Brasil. Em 2010, foram 56 bilhões em compras, tendência que deve se manter nos próximos anos. No entanto, os produtos mais exportados são de commodities como minérios de ferro, grãos e combustíveis, principalmente. Mas também há espaço para produtos industrializados, a exemplo dos compressores herméticos produzidos em Santa Catarina.

Um estudo realizado pela da Agência de Promoção de Exportações (Apex Brasil) e apresentado no começo do ano na Fiesc mostra que o aumento da renda da classe média chinesa está ampliando a demanda por produtos de alta qualidade e valor agregado, a exemplo dos artigos de luxo de itens como vestuário, calçados e móveis. "O brasileiro tem aí uma grande oportunidade de aplicar sua criatividade, sua moda e seu conhecimento, em vez de concorrer apenas pelo preço", avalia o primeiro vice-presidente da Fiesc, Mário César Aguiar, que lidera a missão brasileira à Canton Fair.

O Diretor da Apex na China, César Yu, completa que há oportunidades para empresas brasileiras em todos os setores, desde que seus produtos sejam competitivos. "Existe um grande mercado para setores como o de alimentos, mas também na área de tecnologia, a exemplo de empresas brasileiras que exportam cadeiras de dentista e software para cortes na fabricação do vestuário", diz Yu. De acordo com o estudo realizado pela Apex, entre os setores que oferecerem oportunidades compatíveis com as fábricas catarinenses estão os de carne industrializada, móveis, madeiras compensadas, compressores, geradores e transformadores elétricos e partes de motores para veículos.

Para promover a visibilidade dos produtos brasileiros na China, a CNI, Apex e China Trade Center também disponibilizaram um stand na Canton Fair. Quatro empresas dos setores de eletrometalurgia, alimentos, mineração e construção civil apresentam seus produtos aos mais de 180 mil visitantes diários da feira, que vem de todo o mundo para acompanhar as novidades da indústria.

O mercado de mais de 1,34 bilhão de habitantes que precisam se alimentar atraiu a atenção da empresa Amazon Flavors, de Manaus. Fornecedora de extratos e concetrados para a fabricação de bebidas, a indústria chegou à Canton Fair com o objetivo de fazer contato com fabricantes chineses. "Hoje, o que há na China é a importação de refrigerantes prontos de Guaraná, o que limita o mercado devido aos custos de transporte. Nossa proposta é vender apenas o concentrado para as empresas locais, para que o produto final tenha preço mais competitivo", explica Daniel Morinigo, representante da empresa na feira.

Diogo Honorato / Divulgação
Amazon Flavors pretende vender extratos para a fabricação de bebidas, aproveitando a forte demanda por alimentos

 

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