segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sonora Live tem patrocínio de R$ 1 milhão da BlackBerry

Nova atração será exportada para Colômbia e Peru e deve gerar, ao longo do ano, R$ 4 milhões


Manu Gavassi: uma das primeiras "cantoras-revelação" da web a apresentar-se no programa
Colocando os anunciantes dentro do cenário, o portal Terra conquistou patrocínio de R$ 1 milhão da BlackBerry para o programa Sonora Live, lançado recentemente dentro de sua plataforma de distribuição de músicas – a maior em operação na América Latina. O acordo dura a temporada de nove meses da nova atração, de março a outubro e a aderência do anunciante foi acertada diretamente com o escritório do Terra em Miami.

Ao todo, são quatro cotas de patrocínio e uma de apoio e já está certo o início do o programa também na Colômbia e Peru. “O projeto no Brasil deve gerar, ao longo do ano, R$ 4 milhões. As marcas participam com vinhetas e colocamos o anunciante dentro do cenário, inserido no contexto do projeto”, detalha o também músico e diretor comercial do Terra para América Latina e Estados Unidos, Paulo Sérgio Silva.


O Sonora já se consagrou pelo modelo de negócio em que você escuta gratuitamente as músicas e só paga por streaming - download de arquivo -, e por reverter a receita publicitária também para as gravadoras, interessadas na audiência e atrelamento das marcas ao conteúdo.


Uma audiência que se retroalimenta. “Há tempos não estamos na grande mídia e usamos a própria internet para divulgar os produtos do Terra”.


E com o Sonora Live não será diferente. A BlackBerry já está aparecendo na nova atração semanal com atmosfera de garagem. A apresentadora Lorena Calábria usará até o tablet da marca para responder aos internautas que participam do programa ao vivo na web com músicos que interagem nas plataformas na internet ou são contestadores, como o Lobão – um dos primeiros no meio artístico a lançar selo independente.
A apresentadora Lorena Calábria comanda o programa no canal de músicas do Terra A apresentadora Lorena Calábria comanda o programa no canal de músicas do Terra
E o Terra também aposto no background da apresentadora. “Ela é uma pessoal de TV e queremos dar essa cara ao Sonora Live, um produto que completa as ofertas do Sonora, que pode ser visto on demand e tem as características que favorecem nossa audiência”, diz Silva.

Ele revela que outros projetos semelhantes já estão sendo negociados, inclusive com grandes gravadoras e que a unidade do Terra para rádios customizados na web já tem expressiva participação no faturamento, montante que a companhia não divulga.

ENTREVISTA
“A audiência em mídias de massa não é perene. Você sempre terá de colocar mais dinheiro para aumentá-la. Na internet é diferente. O internauta vem e é só mantê-lo entretido”.


Para o diretor comercial do Terra para América Latina e Estados Unidos, Paulo Sérgio Silva, a base de internautas no Brasil é suficiente para assegurar os investimentos do Terra. “Há mais pessoas conectadas do que com TV a cabo. Os telefones daqui para frente serão 3G e smartphones e todos estarão conectados em alta velocidade. Precisamos construir produtos para a banda larga num círculo virtuoso”.

O Sonora Live completa as ofertas da plataforma musical, diz Paulo Sérgio Silva O Sonora Live completa as ofertas da plataforma musical, diz Paulo Sérgio Silva
A transmissão do show do U2 em tempo real na última passagem pelo País foi um sucesso de audiência que respalda a tese do executivo, já que a ativação envolveu também as redes sociais e YouTube.
Na entrevista a seguir, Silva revela a visão que guia os investimentos do Terra nos próximos meses:
Qual a sua visão sobre audiência na web? O conceito é semelhante ao que vemos em outras plataformas?
“A audiência em mídias de massa não é perene. Você sempre terá de colocar mais dinheiro para aumentá-la. Na internet é diferente. O internauta vem e é só mantê-lo entretido”.
Você acredita que o streaming de músicas aumentará no Brasil ou as pessoas vão continuar baixando um volume menor de arquivos, só aqueles que realmente interessam? Neste contexto, como o Sonora associa seu core business com as marcas de consumo?
Se olhar sob a perspectiva de distribuição de músicas, as pessoas baixam, mas talvez não tenham contato com as marcas. Se olhar para o mix que atuamos com o Sonora Live, um programa que não está só disponível para tocar, mas dá para ver imagens no estúdio, e que tá rodando no iPad, no iPhone, nos smartphones. Então nossa estratégia multidisplays está presente em qualquer tela. Você vê Sonora Live em qualquer lugar. Criamos uma experiência física para 20 mil usuários também no Planeta Terra e nosso grande desafio é levar o festival para milhares d pessoas fora daquele ambiente de shows, dentro da web. Não dá para trabalhar só olhando a distribuição. Você precisa trabalhar outros pilares de sustentação da audiência. Um exemplo é o C3 Sonora, um carro projetado para downloads gratuitos da plataforma de música para o proprietário do veículo. Isso é o anunciante aproveitar o potencial para associação das marcas e ganhar em cima da inovação. Outra história é a Volkswagen no Planeta Terra, uma marca que participa de um evento de música. E o Sonora é o terceiro pilar de fomentar audiência através da experiência de marca.
Os streamings para os estilos sertanejo e Gospel estão aumentando? Há projetos associados a esses públicos no Sonora Live?
Já tivemos todas as escolas, de samba a Lobão. A ideia é trazer caras que estão em seus mundos sendo novidade e fazendo a diferença. Vale a história de vida do Lobão no mercado fonográfico e a história de quem começa na internet, como o Luan Santana. O Sonora Live é um produto plural, quer trazer tendências, pessoas que estão tendo relevância. Queremos algo mais rock'n'roll, mas a internet já é um veículo de massa, para todos os públicos e temos de trabalhar todas as camadas, com grupos de pagode ou Start, desde que tenham afinidades com o público.
Quais são as marcas que se associam a produtos com enfoque musical como o Planeta Terra e o Sonora?
Aquelas mais indie e rock. Na plataforma Sonora temos marcas de massa. O Sonora Live mostra quem é expoente na música e cabe a um BlackBerry ou marca de cerveja, por exemplo.
Quem melhor assimila o modelo de streamings de música do Sonora? As grandes gravadoras ou as independentes?
As grandes gravadoras são as parceiras do Terra. Temos um ótimo relacionamento e estamos com o desafio de lançar o Sonora nos mercado dos Estados Unidos, já para o segundo semestre. Esse é um produto com grande aderência dos anunciantes, e da associação das gravadoras que têm dado um suporte especial para o Terra nesse projeto.
As gravadoras já entendem que o meio web não concorre, ao contrário, contribui com a venda de música e as marcas?
O mercado musical e publicitário já se acomodou às empresas como o Terra e produtos como o Sonora? As gravadoras têm a tranqüilidade de que suas músicas e propriedades intelectuais são comercializadas a contento num modelo novo de ouvir música na internet. Por outro lado, o negócio deles mudou, agora é de vender shows. É só ver a tonelada de shows que o País faz. O produto artista não é só a venda do disco é a combinação de receita que vai show, venda de música, de CD, de streamings...
Como andam as solicitações de projetos customizados para empresas e que envolvam música?
As marcas nos procuram para projetos customizados, por exemplo, de transmissões como a do camarote da Brahma, durante o Carnaval, no Rio de Janeiro. Temos uma área de mídia service, e esse ano aumentamos os recursos dela para que customizem as marcas dos clientes com nossos produtos. O cara compra uma ativação e nós ajustamos o perfil do nosso produto à necessidade daquela marca. Fazemos isso para Colgate. Contratamos agora um jornalista que é especialista em fazer chamadas na home do Terra para produtos customizados dos clientes. Cada vez mais aumenta essa integração, numa relação única entre marcas, engaging e conteúdo relacionado a lazer, diversão, música e esporte.
No caso de esporte, como ficam as negociações de direitos de transmissão na web tendo em vista o modelo imposto pelo Clube dos 13 e a briga dos times de futebol pela receita extra?
Aqui é complicado. Nos Estados Unidos fechamos a transmissão do campeonato de Beach Soccer de Miami e não há os problemas que vemos no futebol na América Latina em geral. Temos os direitos de Olimpíadas para Londres e Guadalajara e já vendemos as cotas de maior valor no mercado latinoamericano de internet, de US$ 13,5 milhões por regional para Vivo, Procter & Gamble, Sadia e Bradesco.
As marcas que entendem os projetos do Terra são avançadas em termos de patrocínios na web?
Sem dúvida entendem que a marca é marketing fundamental e estratégico.
Além do Sonora Live, há outro programa a ser lançado esse ano?
Estamos bolando mais produtos com essa característica para o segundo semestre. Queremos ter mais produtos ao vivo que atraiam os internautas. Temos alguns projetos jornalísticos e de esporte. Essa experiência é nova e o público entende o modelo e queremos cada vez mais trabalhar esse formato para atender as marcas.
Como o Sonora identifica a audiência, volume de streamings para precificar anúncios e repasses para as gravadoras?
Temos um modelo pré-estabelecido baseado em share de venda das músicas. O modelo contempla gravadoras e Terra.
Em fevereiro, o Terra lançou sua versão para iPad. Por que criar uma versão em HTML e não em aplicativo próprio para o tablet como tem feito outras plataformas e publicações?
Para ter a mesma navegação de um aplicativo só que na web. - Porque o internauta não vai a Apple Store baixar o aplicativo do Terra para vê-lo. Até temos aplicativos para ocasiões especiais, mas o portal está disponível o tempo inteiro. A experiência da marca é plena, não tem banners. Você está integrado aos comentários nas mídias sociais, acessa as transmissões ao vivo do Sonora, vejo o que tá rolando e sei o que está acontecendo agora.

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