quinta-feira, 7 de abril de 2011

Empresa segura funcionário para driblar falta de qualificação

 
Com a escassez de mão de obra qualificada no país, reter os trabalhadores já aptos a exercer a função é o segundo mecanismo mais usado pelas empresas do setor industrial para lidar com o problema. 

Essa solução foi citada por 40% daquelas ouvidas pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) que afirmaram ter problemas com a falta de mão de obra qualificada. 

 
Isso implica oferecer mais benefícios para os trabalhadores, incluindo melhores salários. O gerente-executivo da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, ressalta que essa política de retenção do funcionário gera ainda mais dificuldades para as empresas de pequeno porte, já que as médias e grandes conseguem dar mais vantagens para "segurar" o funcionário. 

O crescimento econômico, destaca, agrava o problema porque é preciso elevar a produção e ter mais eficiência. "As empresas começam a ter que disputar esse trabalhador no mercado. Isso encarece o custo." 

A capacitação do empregado no próprio local de trabalho aparece como o principal mecanismo usado pelos entrevistados para enfrentar o problema, tendo sido citado por 78% deles. 

A pesquisa da CNI divulgada nesta quarta-feira apontou que a falta de mão de obra qualificada afeta 69% das empresas, com elevação ante o número contabilizado no último levantamento (56%), em 2007. 

Na análise por porte, as grandes apresentam um percentual menor (63%), com pequenas e médias empatadas em 70%. "É um problema que atinge a indústria como um todo, dificultando o aumento da produtividade e a qualidade do produto", destaca Fonseca. 

"Se não conseguem aumentar a competitividade, as empresas brasileiras vão começar a perder mercado [no cenário internacional]", completa. 

EDUCAÇÃO BÁSICA
 
Para mais da metade (52%) das empresas consultadas, a má qualidade da educação básica é uma das principais dificuldades para qualificar esses funcionários. 

"Quanto mais tarde o problema é enfrentado, mais difícil será para as gerações futuras terem um desenvolvimento econômico e social forte." 

A deficiência em conceitos básicos de matemática, por exemplo, é uma das causas para reduzir o número de alunos nos cursos de engenharia, que exigem muito cálculo e raciocínio lógico, afirma Fonseca. 

Embora todas as áreas e categorias profissionais sejam atingidas por esse gargalo, a área de produção, principalmente operadores e técnicos, é a mais prejudicada pela falta de trabalhadores qualificados, com essas funcões citadas por 94% e 82% dos entrevistados, respectivamente. Os engenheiros aparecem com 61%. 

A sondagem da entidade entrevistou executivos de 1.616 empresas entre os dias 3 e 26 de janeiro. Entre as empresas ouvidas, 931 são pequenas, 464 médias e 221 grandes. 

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