quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Maior oferta de médios mostra filão lucrativo; saída de presidente da GM foge do padrão

O mercado brasileiro é francamente dominado por modelos compactos e seus derivados -- picapes, SUVs, stations (peruas) e monovolumes. Respondem por cerca de 80% das vendas totais de automóveis e comerciais leves. No entanto, há uma fatia de 12% representada pelos médios-compactos, que no ano passado somou em torno de 400.000 unidades. Modelos nacionais e importados lutam para conquistar um cliente de maior poder aquisitivo e mais exigente nesse estreito segmento que é, acima de tudo, lucrativo. Estima-se que a margem líquida de ganhos dos fabricantes seja até três vezes maior do que na média dos modelos que compõem a base do mercado.
Entre os médios-compactos, 50% são sedãs, ou seja, 200.000 automóveis em 2010. O segmento apresenta algumas distorções em termos de porte. O Linea, por exemplo, é estreito como um Punto, mas a boa distância entre eixos o deixa como um compacto anabolizado. No outro extremo, existe o Citroën C4 Pallas com dimensões próximas às de médios-grandes.
Em 2011, a oferta está crescendo. Primeiro com o Renault Fluence (leia a avaliação aqui), agora com o Peugeot 408 (informações aqui) e dentro de dois meses o novo Volkswagen Jetta (discussão sobre o preço do modelo aqui). O carro da Peugeot substitui o 307 sedã, que nunca vendeu bem e saiu de linha em junho de 2010. O 408, também produzido na Argentina, é um automóvel de estilo moderno e linhas atraentes com o qual a marca francesa pretende capturar 10% das vendas de sedãs médios-compactos. Um lugar ao sol, portanto.
Apesar de compartilhar a mesma arquitetura do C4 Pallas, somente os 2,71 m de entre-eixos (maior do segmento) ficaram intocáveis. É mais curto, mais largo e insignificantes 7 mm mais alto. Além disso, a Peugeot mudou tudo, inclusive as portas traseiras, cujo novo desenho facilita a passagem da cabeça ao entrar e sair. O espaço atrás para os passageiros está entre seus pontos altos. Os bancos dianteiros são ligeiramente elevados e, para o posto do motorista na versão de topo (Griffe), há comando elétrico. A tela do navegador, no alto e no centro do painel, é escamoteável também eletricamente, ao contrário do C3 Aircross.
O carro tem preços competitivos, nas três versões de acabamento, que começam em R$ 59.500 e vão a R$ 79.900, incluídos três anos de garantia total. Houve cuidado com os materiais para valorizar a vida a bordo. O painel é todo recoberto por plástico de toque macio, mas nas laterais de portas voltam a ser duros. Para diminuir essa sensação de “economia” há muitos equipamentos: ar-condicionado de duas zonas, seis airbags, sensor de estacionamento traseiro, controle de trajetória (ESP), teto solar e retrovisores rebatíveis (ambos elétricos), além de rodas de ligas de 17 pol de diâmetro, entre outros. Isso já a partir da versão intermediária Feline.
O motor não mudou -- 2 litros/151 cv (etanol) --, mas a Peugeot tratou de melhorar o funcionamento do câmbio automático de quatro marchas. Afinal, 85% dos 408 estarão assim equipados. Houve evolução, sem dúvida, mas se a referência for outros câmbios modernos dos concorrentes ainda deixa a desejar. O carro demonstra um belo acerto de suspensões com equilíbrio ímpar entre conforto eestabilidade.Porta-malas de 526 litros tem tampa com dobradiças pantográficas,imprescindíveis em automóvel dessa categoria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário