sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Celular irregular cresce 19% e movimenta R$ 4 bilhões

A venda de celulares pirateados ou falsificados deverá crescer 19% em 2011 no mercado brasileiro e chegar a 11,4 milhões de aparelhos.

Estão incluídos na conta telefones importados ilegalmente e vendidos sem a homologação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), registro obrigatório para a comercialização.
Em geral, são cópias de modelos muito cobiçados, como o iPhone, da Apple, além de modelos da Nokia, da Samsung e da Motorola.
No ano, os brasileiros devem gastar em média R$ 350 por aparelho pirata e movimentar R$ 4 bilhões no mercado da falsificação.
O mercado legal, segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), deverá chegar a 57 milhões de celulares, ante 48 milhões no ano passado.
"O Brasil tem um dos maiores índices de pirataria de celulares da América Latina, em torno de 20%, enquanto a média dos outros países fica em torno de 15%", diz Aderbal Pereira, do Mobile Manufacturer Forum (MMF), que reúne fabricantes.
Segundo Pereira, a maior motivação para a compra está no preço, um terço do aplicado aos originais.
"O que o comprador ainda não percebeu é que, apesar de comprar certas funções, muitas não são entregues, como qualidade da câmera ou acesso à internet", afirma.
DANO AO CONSUMIDOR
Um estudo antecipado à Folha que analisa 44 modelos de celulares mais copiados do Brasil mostra que em 26% dos casos os piratas falham em completar ligações.
A pesquisa, feita pelo Instituto Nokia de Tecnologia (Indt), braço de pesquisa da Nokia, afirma ainda que 24% dos aparelhos falsificados apresentam queda nas ligações, ante ao índice de 3% dos celulares originais.
O teste mostrou ainda que a maioria dos celulares piratas testados falha para acessar a internet.
Para a indústria, uma alternativa para coibir os piratas seria a redução dos impostos de importação, hoje de mais de 30%.
"Peru, Colômbia, além dos Estados Unidos, reduziram a zero os encargos sobre os celulares importados. Pode ser uma alternativa para diminuir a pirataria", diz Jose Martinez, da eComm Lac, associação de empresas de tecnologia para América Latina e Caribe.
Além da alta carga tributária, jogam a favor dos piratas alguns gargalos da indústria.
Os lançamentos internacionais em geral demoram meses para desembarcar no Brasil e prometem funções que as versões originais não têm, como mais de um chip e sinal de TV.
A China hoje é o principal vetor global de disseminação dos celulares piratas. No ano passado, o país distribuiu 200 milhões de celulares, baterias e acessórios falsificados.

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