quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Tecnologia para compensar falta de mão de obra na

O mercado brasileiro da construção civil nunca esteve tão aquecido. Somente na região metropolitana de São Paulo, foram lançadas 67,8 mil unidades residenciais no ano de 2010, o que representa um aumento de 26,7% em relação a 2009 (segundo dados do Secovi - Sindicato de Habitação). 
 
Apesar do bom momento econômico, a área de arquitetura e construção civil vem sofrendo com a falta de mão de obra especializada e com os exíguos prazos para a conclusão e execução de obras.
 
Se considerarmos o nível de tecnologia empregada na execução dos empreendimentos, percebemos que o setor está atrasado se comparado a outros segmentos da economia. O Brasil continua utilizando métodos muito tradicionais, ainda se constroem prédios arranha-céus assentando tijolo por tijolo ou com o uso de escoras de eucalipto. 
 
O fato é que o mercado da construção civil precisa buscar caminhos alternativos para o problema da escassez de mão-de-obra qualificada e a solução deste problema passa por encontrar soluções que permitam maiores índices de produtividade para execução dos serviços necessários à construção de edifícios de forma geral.
 
O uso de tecnologias como banheiros prontos, fachada pré-moldada e estrutura metálica são exemplos de soluções que partem da premissa de pré-fabricação fora do canteiro de obras de elementos extremamente importantes na construção de edifício.
 
No entanto podemos destacar o uso de outras soluções que geram grande melhora nos índices de produtividade nos canteiros, dentre as quais: estruturas em paredes de concreto, dry-wall, sistemas de fachadas de vidro unitizados, entre outras, todas estas com grande disseminação no mercado atual.
 
Outro fator considerado primordial para uma execução tranquila das obras é a consultoria do gerenciador de projetos durante sua realização. Muitas vezes, com base na análise das técnicas de construção envolvidas, esse profissional consegue aplicar alterações no cronograma de execução e nos métodos de construção empregados, gerando otimização dos prazos e evitando o retrabalho. 
 
A consultoria do gerenciador de projetos é fundamental para estabelecer um bom padrão de projetos, condição essencial para fundamentar o trabalho de orçamento, planejamento e execução.
 
Entre as diversas inovações implantadas pelas incorporadoras está a padronização das diretrizes de projeto. Muitas construtoras têm buscado soluções práticas e fáceis de serem executadas em projetos e obras repetidas vezes, como uma alternativa para atender à demanda por novos empreendimentos sem prejudicar a qualidade dos imóveis.
 
A padronização de alguns sistemas gera maior autonomia para a equipe de obras, a pessoa que vai receber o projeto entende facilmente que aquela é a solução e já sabe exatamente como executar.
 
Outro fator que endossa esse padrão é o aumento no número de imóveis voltados para as classes C e D. A tendência das construtoras é se voltar para uma padronização, ou seja, desenvolver um único produto, que não tenha muita interferência ou muitas interfaces, e implantá-lo diversas vezes nas mais diferentes localidades. Neste tipo de construção é ainda mais importante a atuação do gerenciador de projetos, já que o controle dos custos é essencial para não desvirtuar a relação custo-benefício.
 
Em contrapartida as empresas que buscam desenvolver empreendimentos diferenciados e com caráter de exclusividade necessitam forte interação entre os projetistas de diversas disciplinas e o papel do gerenciador é fundamental para que as discussões técnicas e gestão dos projetos atinjam os padrões elevados destes produtos.
 
Ainda hoje existem poucas pessoas que têm a visão global de um projeto, que tenham acompanhado todas as suas etapas. Por isso a importância de um gerenciador, que faça essa união e entenda um pouco de tudo: de fundação, do projeto estrutural, ou seja, ter um entendimento geral do que acontece em obra é primordial e pode fazer a diferença para o sucesso e qualidade dos empreendimentos.
 

*Renata Marques: pioneira no segmento de gerenciamento de projetos, a arquiteta atua desde o início de sua vida profissional exercendo a função para grandes incorporadoras.

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