terça-feira, 2 de agosto de 2011

O que a web pode fazer pelas farmácias ?

Loja virtual pode potencializar a venda de produtos de higiene e beleza em farmácias e drogarias

O comércio eletrônico de produtos de higiene, saúde e beleza oferece oportunidades promissores de negócios para o varejo farmacêutico nos próximos anos. Dados da Nielsen revelam que esse tipo de compra nas farmácias e drogarias aumentou de 59,9% em 2009 para 61,9% em 2010. Na Classe C, o incremento foi de 22% somente entre janeiro e março de 2011, conforme a Kantar Worldpanel. Essa elevação é impulsionada justamente pelo aumento da renda das classes emergentes, que passaram a ter mais acesso a produtos de higiene e beleza, setor que faturou R$ 31,12 bilhões em 2011, mantendo o Brasil como o terceiro maior mercado do mundo, de acordo com a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos).

“As drogarias ocuparam o espaço de redes como Mesbla e Mappin”, lembra Sérgio Mena Barreto, presidente executivo da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias). Esse foi um dos aspectos que ajudaram a lançar o varejo farmacêutico numa trajetória tão próspera de negócios. No Brasil, o modelo clássico de perfumarias e produtos da área de dermo-cosméticos praticamente inexiste. O filão que seria dominado pelos magazines acabou passando para as mãos das drograrias, promovendo um dos capítulos mais transformadores na história do setor.

“Metrópoles no mundo inteiro têm grandes centros de compra, que dedicam ao menos um piso inteiro para cosméticos e perfumes”, compara Barreto, referindo-se a magazines como El Corte Inglés, na Espanha e Portugal, além de Bloomingdales, Printemps, Macy´s, Lafayette, Selfridges e Harrods, espalhados por Londres, Paris e Nova York, sem contar a rede Falabella, encontrada em Buenos Aires e Santiago. O executivo enumera ainda a melhoria da gestão, com baixa ruptura (falta de estoques), a estratégia agressiva de preços, em função da compra direta da indústria farmacêutica, e o crescimento da categoria de medicamentos genéricos como outros fatores decisivos para o crescimento das drogarias e farmácias brasileiras.

Diretrizes 

De acordo com a Abrafarma, a venda de não medicamentos alcançou a cifra de R$ 4.782.997.931 em 2010, um acréscimo de 20,93% em relação ao ano anterior. Já as vendas com entrega em domicílio, movimentaram R$ 723.892.886, o que corresponde a 12.246.352 clientes atendidos pelo serviço de delivery. Diante desse cenário, a Injoy Blend, consultoria especializada em gestão e marketing com foco na área de saúde, recomenda que o empresário desse setor monte ou invista continuamente na ampliação de sua rede de e-commerce para garantir a evolução do negócio. Mas ele não pode simplesmente transferir o comércio da loja para a internet. A freqüência do público dentro das drogarias facilita a fidelização e estimula a compra de outros produtos, por isso deve ser preservada.

O projeto deve contemplar a área de atuação, tecnologias empregadas, divulgação adequada ao perfil do consumidor do entorno da drogaria, qualificação da mão-de-obra envolvida na entrega dos pedidos, revisão da tabela de preços e forma de pagamentos. Atenção especial deve ser dada às metas de resultados, já que esse tipo de serviço estimula o pagamento com cartão de crédito, o que previne a inadimplência, mas compromete a margem de lucro devido às taxas do cartão.

De acordo com pesquisa realizada pela consultoria CVA Solutions, com 5.281 brasileiros, a compra de produtos de higiene e beleza representa 69,6% do total das vendas das farmácias e drogarias. Para 7,4% da amostra, essa é a categoria de produtos que mais influencia na escolha da farmácia. A oferta de cosméticos também soma em rentabilidade, já que as margens costumam ser maiores do que as de remédios.

 

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