terça-feira, 3 de maio de 2011

Script vence o Prêmio nacional da ANJ

 

Anúncio vencedor do Grand Prix foi “Sorriso”, criado pela agência carioca para a rádio CBN e veiculado em O Globo, em junho de 2010

A agência Script, do Rio de Janeiro, foi a grande vencedora do Prêmio ANJ de Criação Publicitária, que está na sua 9ª edição. A entrega dos prêmios aos vencedores regionais aconteceu nesta segunda, 2, durante almoço da entidade em São Paulo e reuniu os representantes da Associação Nacional de Jornais, bem como os vencedores de cada localidade.

O anúncio vencedor do Grand Prix foi “Sorriso”, feito pela Script para a rádio CBN, e que foi veiculado em O Globo, em junho de 2010. A criação da peça é de Gustavo Azevedo e Nader Shousha, com mídia de Rodrigo Amado e Fabiana Araújo e atendimento de Carlos Nolasco. A peça foi também a vencedora da Região do Rio de Janeiro. Como prêmio, a agência levou cinco pacotes completos para o Festival de Cannes 2011.

Da Região Centro-Oeste e estados de Minas Gerais e Espírito Santo, a vencedora foi a agência mineira Filadélfia, para o anunciante Clamper com peça publicada no jornal Hoje em Dia. Na Região Sul, a agência ganhadora foi a gaúcha Paim, com peça publicitária para o Nacional Supermercados veiculada no jornal Zero Hora. A DM9DDB levou o prêmio da Região São Paulo, com anúncio para o Terra publicado no jornal A Tribuna de Santos. E do Nordeste, a vencedora foi a baiana Leiaute, com anúncio do Grupo Gay da Bahia publicado no Correio.

O texto da peça publicitária diz:

“Sorriso, diz-me aqui o dicionário, é o acto de sorrir, E sorrir é rir sem fazer ruído e executando contracção muscular da boca e dos olhos.

O sorriso, meus amigos, é muito do que estas pobres definições, e eu pasmo ao imaginar o autor do dicionário no acto de escrever o seu verbete, assim a frio, como se nunca tivesse sorrido na vida. Por aqui se vê até que ponto o que as pessoas fazem pode diferir do que dizem. Caio em completo devaneio e ponho-me a sonhar um dicionário que desse precisamente, exatamente, o sentido das palavras e transformasse em fio-de-prumo a rede em que, na prática de todos os dias, elas nos envolvem.

Não há dois sorrisos igauais. Temos o sorriso de troça, o sorriso superior e o seu contrário humilde, o de ternura, o de cepticismo, o amargo e o irónico, o sorriso de esperança, o de condescendência, o deslumbrado, o de embaraço, e (por que não?) o de quem morre,. E há muito mais. Mas nenhum desde é o Sorriso.

O Sorriso (este, com maiúscula) vem sempre de longe. É a manifestação de uma sabedoria profunda, não tem nada que ver com as contracções musculares e não cabe numa definição de dicionário. Principia por um leve mover de rosto, às vezes hesitante, por um frémito interior que nasce nas mais secretas camadas do ser. Se move músculos é porque não tem outra maneira de exprimir-se. Mas não terá? Não conhecemos nós sorrisos que são rápidos clarões, como esse brilho súbito e inexplicável que soltam os peixes nas águas fundas? Quando a luz do sol passa sobre os campos ao sabor do vento e da nuvem, que foi que na terra se moveu? E contudo era um sorriso.”

José Saramago em “Deste mundo e do outro” (1971)

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário