quinta-feira, 12 de maio de 2011

JAC terá de dobrar vendas para atingir meta

 

Para alcançar o total de 35.000 unidades no ano, montadora chinesa terá de vender 4.055 carros por mês

São Paulo – A montadora chinesa JAC Motors chegou ao país em 18 de março com uma agressiva estratégia: investimento de 380 milhões de reais e 50 concessionárias inauguradas no mesmo dia com a intenção de vender 35.000 unidades no ano. Passados quase dois meses, os números deixam a desejar. Até hoje foram 2.554 emplacadas, sendo 2.095 em abril. Para que a JAC atinja a meta será preciso emplacar 4.055 unidades mensais até dezembro.

Justiça seja feita, a nova marca entra num mercado competitivo. Fiat, Volkswagen, Ford e GM dominam pouco mais de 70% do mercado brasileiro, o quinto maior do mundo. As vendas da JAC, no entanto, a colocam na 13ª posição em emplacamentos em abril, com participação de 0,99%, segundo a Fenabrave. É a marca chinesa mais bem posicionada no ranking de automóveis (outras concorrentes chinesas focam mais em utilitários). Logo na sequência está a principal concorrente da JAC no país, a também chinesa Chery, com 648 unidades emplacadas, ou 0,31% do total do mês.

Guerra de preços - A JAC conta com dois modelos: o J3 (versões hatch e sedã) e o Turin. A Chery lançou recentemente o modelo QQ, por 22.990 reais com todos os itens de série (sensor de estacionamento, freio ABS, rádio, vidros elétricos, ar condicionado), o que o faz o carro mais barato do Brasil. O preço acessível deverá aumentar a participação da Chery no mercado. Ser barato, aliás, é uma característica em comum das chinesas.

A JAC também oferece carros com itens de série e – veja só – garantia de seis anos, mas compete na faixa entre 30.000 reais e 40.000 reais. “Nós olhamos o mercado e decidimos estar nessa faixa de preço, que é onde mais se concentra o consumo brasileiro”, disse o empresário Sérgio Habib, importador da marca, em recente entrevista à EXAME.com. Os modelos J3 e J3 Turin custam 37.900 reais e 39.900 reais, respectivamente.

Para 2012, a montadora planeja introduzir a tecnologia flex e mais um modelo: o J2, com potência 1.4. Além da rede estruturada, do total de concessionárias, 46 apresentam oficinas próprias. Há também 104 pontos de venda - 54 nos principais shoppings do país.

Em contrapartida, a Chery já começou a construção de sua fábrica em Jacareí -- a 70 quilômetros da capital paulista --, é avaliada em 400 milhões de dólares. Lá serão produzidos dois modelos: os utilitários S18 e o A13, a partir de 2013, quando as obras devem ser concluídas. Serão 170.000 unidades por ano. Os outros quatro modelos que compõem o portfólio brasileiro da empresa continuarão sendo importados.

A JAC tem ainda um centro nacional de peças, em Barueri, na Grande São Paulo, para abastecer em 24 horas as cidades num raio de até 500 quilômetros. Há 10.000 itens no estoque – todos importados da China. A instalação de uma fábrica está fora dos planos de Habib, pelo menos por enquanto. “Isso só se justificaria com uma vendagem anual de 100.000 carros. Vamos dar um passo de cada vez.”

 

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