segunda-feira, 4 de abril de 2011

Construtora portuguesa prevê entrada no Brasil para este ano

 

Empresa Soares da Costa aposta em internacionalização e pode começar com participação minoritária no mercado nacional

Lisboa - A empresa portuguesa Soares da Costa prevê entrar no setor da construção no Brasil neste ano, através da compra de uma participação minoritária numa empresa, mantendo ainda a prospecção comercial nos países do norte da África e Oriente Médio, disse o presidente-executivo Pedro Gonçalves.

O executivo adiantou que, para mitigar o decréscimo esperado na atividade de construção no mercado português, a construtora vai continuar a apostar na internacionalização da empresa, cujo peso no volume de negócios poderá chegar aos 60 por cento 2011, contra 57 por cento no ano anterior.

"Este ano podemos entrar na construção no Brasil. A ideia é começarmos com uma participação que pode ser até minoritária, para depois evoluirmos", explicou o executivo à Reuters.

"Continuamos a prospecção comercial no Oriente Médio, com foco para Omã, Catar, Argélia e Marrocos. Olhamos ainda a Arábia Saudita e deixamos cair a Líbia", acrescentou.

Ele realçou que, no mercado doméstico, "não vamos sentir já o decréscimo da produção, devido à obras que temos em curso como a Auto-Estrada Transmontana".

A Soares da Costa prevê atingir em 2011 um volume de negócios de cerca de 1 bilhão de euros, face a 893,5 milhões de euros em 2010, e uma margem Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de aproximadamente 10 por cento.

"A continuação do bom comportamento da atividade nos EUA e em Moçambique. Em Angola, contamos manter o volume de negócios que este ano já foi histórico e, com o contributo da energia, consideramos que os objetivos são alcançáveis no atual contexto difícil", disse Gonçalves na apresentação de resultados.

Em 2010, a construtora registrou um crescimento homólogo do lucro atribuível de 35,9 por cento, para 15,6 milhões de euros, "beneficiando de uma conjugação de fatores, por um lado os sólidos resultados operacionais e, por outro, a mais valia, resultante da venda da participação no Banco Africano de Investimento (BAI).

A dívida líquida cresceu para 741,9 milhões de euros no final de 2010, ante 675,9 milhões de euros no ano anterior.

O executivo afirmou que a desalavancagem e a venda de ativos não estratégicos vai continuar em 2011, não tendo problemas de refinanciamento de dívida.

"Este ano, o que há a vencer são operações de apoio à tesouraria, e os 115 milhões de euros de dívida que vencem nos próximos dois anos não constituem dificuldades à atividade da empresa", explicou Pedro Gonçalves.

Ele frisou que o investimento previsto para 2011 poderá igualar ou superar os 48 milhões de euros registrados em 2009.

 

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